Não serei eu
uma mosca também?
E não serás tu
como eu um homem?
Porque eu não paro
de beber e de cantar,
até que uma mão distraída
me impeça de voar.
Se pensar é viver,
se pensar me faz forte,
e se não pensar
é a morte;
Então eu sou
uma mosca de verão;
quer morra
quer não.
tradução de Jorge Sousa Braga in Animal Animal, um bestiário poético, Assírio & Alvim, fevereiro 2005, página 123