ABRI a porta e lá estava ele à minha espera. Sentei-me e fiquei a apreciá-lo. Começou a andar à minha volta, da esquerda para direita e da direita para esquerda, à procura do melhor ângulo. Para tirar as medidas do desbaste usava os dedos. Se parava por instantes, investia depois com mais determinação. Os desperdícios iam-se espalhando pelo chão e alguns ficavam agarrados ao meu corpo. Às vezes levantava a cabeça e conferia a obra refletida no espelho. Nesse momento cruzávamos o olhar. Já no fim perguntou-me: que tal? Eu revi-me e respondi: mais leve!

PML