O I gastava fortunas em cosméticos para disfarçar a sua pinta que era um sinal de nascença. Mal podia, tornava-se maiúsculo e metia com quantos dentes tinha como só os crescidos conseguem. No fundo, o I era um ingénuo: não imaginava que aquela marca de fabrico lhe dava uma distinção inimitável, um toque de originalidade na sua elegância natural. Aliás, todas as vogais lhe cobiçavam a linha e a pequena lua cheia. Vítima dos seus complexos, quando se ouvia intensamente em palavras ou frases, julgava reconhecer um «ih! ih!» ou um «hi! hi!» de troça.