O elevador
do arranha-céus
para no andar
onde mora a Lua,
abro logo a porta
e saio para a rua.
Que lindas crateras!
Que mundo esquisito,
sem feras
nem guerras,
que mundo bonito,
mas que estranho que é
nem se ouve o grito
que solto ao fugir
de um aerólito.
E o elevador
do arranha-céus
traz-me logo, logo,
depressa, depressa,
arranhando os céus
(como o nome indica),
desfazendo nuvens,
desmanchando véus,
à Terra onde fica
a minha cidade,
a rua onde vivo,
a casa onde moro,
a cama onde sonho
– sonho, sim, senhor! –
com idas à Lua
num elevador.
in Felizmente as árvores são grandes, Editora Minotauro, setembro 2021