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Pôr-do-sol por Raul Brandão

Pôr-do-sol por Raul Brandão

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1.
Mistura-se pó verde lá longe na água, e um vulcão de fogo entre nuvens torna o horizonte apoteótico.

Por Raul Brandão, in Os Pescadores, Estante Editora, 2.ª edição, agosto de 2010, página 48.

2.
Há-os em farfalhos, com largas pincelada verdes. Há-os trágicos, quando as nuvens tomam todo o horizonte com um ar de ameaça, e outros doirados e verdes, com o crescente fino da lua no alto e do lado oposto a montanha enegrecida e compacta. Tardes violeta, neste ar tão carregado de salitre que torna a boca pegajosa e amarga, e o mar violeta e doirado a molhar a areia e os alicerces dos velhos fortes abandonados…

Um poente desgrenhado, com nuvens negras lá no fundo, e uma luz sinistra. Ventania. Estratos monstruosos correm do norte. Sobre  mar fica um laivo esquecido que bóia nas águas – e não quer morrer…

E como o poente é oiro fundido sobre o mar inteiramente verde….

Por Raul Brandão, in Os Pescadores, Estante Editora, 2.ª edição, agosto de 2010, página 57.

3.
Lá no fundo incendeiam-se os borrões violetas das nuvens.

Por Raul Brandão, in Os Pescadores, Estante Editora, 2.ª edição, agosto de 2010, página 79.

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