O R, de origem obscura e plebeia, fora ensinado a ronronar entre vogais, mas a páginas tantas começou a sentir-se muito pouco consoante. Apetecia-lhe ruminar, ranger, rosnar, rugir, mostrar todo o seu potencial vibratório camuflado à nata e à ralé. Passou a andar aos pares como a bófia – não fosse o diabo fonético tecê-las…! – e a mostrar a sua dupla face mais sonora e provocadora. Da noite para o dia, o R conseguiu mesmo ribombar e, ao contrário do que dantes acontecia, só se escondia para ronronar à vontade, pousando a cabeça sobre os braços…