1.
como pedras no leito do rio, arcaica travessia se mavioso anda o caudal.
Por Francisco Duarte Mangas in A rapariga dos lábios azuis, Quetzal Editores, 2011, página 23.
NOTA: esta imagem (pedras no leito do rio = reticências) também é usada por David Mourão-Ferreira na página 45 da obra As quatro estações, Editorial Presença, 6.ª edição (conto: Beatriz e o cãozinho de trela). Confrontado sobre esta coincidência imagética, Francisco Duarte Mangas revelou-nos:
É curioso, desconhecia este texto do David Mourão-Ferreira. A definição é, de facto, surpreendentemente para mim, parecida. Só há uma diferença (que não invalida o que disse antes), as pedras de que eu falo não são “soltas” como as do David: foram postas propositadamente no leito do rio pelo homem para permitir a travessia. Assim vi, e assim atravessei o rio Ave, na minha terra. Conheço bem, e gosto muito, da poesia deste autor. Mas, a partir de agora, não tenho desculpa para não ler As Quatro Estações.
2.
As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho…
Por Mario Quintana in Caderno H, Alfaguara, 2.ª reimpressão, 2017, página 286.