VIVE na Póvoa de Varzim o pioneiro da indústria de calçado de Felgueiras e um dos primeiros industriais do sector em todo o Portugal. Chama-se Alfredo Pinto, tem 87 anos de idade e nasceu em Barrosas. É casado com uma poveira e contou-nos como se tornou industrial no início da década de 50 do século passado. “Um homem apareceu na minha oficina de sapateiro para me vender várias máquinas. Eu comprei-lhe todas e passei a produzir 100 pares de sapatos por dia, com 10 empregados”.
Nascido no seio de uma família de lavradores, Alfredo Pinto teve que fintar o destino para virar sapateiro. “O meu pai tinha uma quinta, com cinco moinhos, trabalhada pelos filhos. Eu era o mais novo de 10 irmãos. Naquele tempo os proprietários rurais queriam ter um padre na família, e o meu pai lembrou-se de mim. Mas eu namorava às escondidas uma de cada lado da rua. Assim fui até casar. Como o contrariei não veio ao meu casamento. A minha mulher era modista e eu fiz-me à vida de sapateiro”.
Fascinado pelo calçado, procurou especializar-se no fabrico de novos modelos. “Numa altura que ninguém tinha bicicleta, o meu paiofereceu-me uma nova. Isso permitiu, em cinco meses, duas vezes por semana, fazer um curso de moldes de calçado no Porto. O meu pai nunca soube. Não havia nenhum modelista e com facilidade fui trabalhar. Fazia-se tudo à mão. Apenas havia máquinas para coser. Com a mais-valia do curso e com recurso a revistas especializadas, criei a primeira colecção. Vendeu-se tudo”.
Até ao produto final, Alfredo Pinto explica as várias fases do processo criativo: “o primeiro molde era em cartolina, fazia metade do sapato. Desenhava os moldes e partia para o couro. Era tudo cortado à faca. Cozia-se com máquinas de costura e gaspeava-se. Na indústria actual o sapato fica logo enfunado. Quando se fazia tudo à mão nunca me faltou ofertas de trabalho. Mas não nasci para ser empregado. Queria ser patrão”.
Mas os primeiros tempos de industrial foram difíceis como recordou Alfredo Pinto: “com pouco mais de 20 anos de idade, eu tinha 10 sapateiros numa oficina a trabalhar, faziam 10 pares por dia. Os primeiros tempos foram muito difíceis porque não havia dinheiro. Depois aconteceu a fortuna bater-me à porta. Com as máquinas passei a fabricar 100 pares por dia. Tornei-me no primeiro industrial do calçado no concelho de Felgueiras”. E acrescenta: “quando criei a fábrica os meus filhos e filhas começaram a trabalhar comigo. As filhas a gaspear o calçado. Tive mais que uma marca, fazia colecções de 20 ou 30 modelos, para homem e mulher”.
Mas aos poucos foi entregando aos filhos responsabilidades na gestão da fábrica: “foi o meu filho mais velho que tomou as rédeas.A fábrica cresceu, começamos a exportar e tivemos que meter muita gente a trabalhar. Chegamos a ter centenas de funcionários. Como em Barrosas não havia gente suficiente, chegamos a ter 13 autocarros para transporte de funcionários. Ganhou-se muito dinheiro. Às sextas-feiras eram carregados milhares de pares de calçado pelos distribuidores, que pagavam logo”. E acrescenta: “no princípio, estávamos todos juntos, depois os filhos foram-se pondo por conta própria, construindo cada um a sua fábrica de calçado. As duas filhas também acabaram por se meter no negócio”.
Foram as razões do coração que trouxeram Alfredo Pinto para a Póvoa de Varzim. “Vinha cá poucas vezes mas gostava muito desta cidade. Depois de ter ficado viúvo, apaixonei-me e casei com uma poveira que me trata como um fidalgo. Vivo cá há 25 anos e há 12 que não vou à minha terra”. Sou muito feliz nesta cidade de pescadores”
Publicado in http://www.vozdapovoa.com/
Muito boa tarde Senhor Alfredo Pinto deste lado um colega de profissão
com 77 anos José Simões Gosto de falar com pessoas da arte nobre Sapateiro
pois eu come-sei a arte com 14 anos ainda hoje trabalho artigo de Homem
para passar o tempo tudo manual trabalhei na JIP- 17 anos tenho em meu
poder toda a ferramenta manual gostaria um dia de conversar com o senhor
pois muito deve ter que falar para ensinar o meu telefone tem o numero
253524756 desejo muita saúde os melhores comprimentos José Simões.