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Carla Rocha (Móveis Viriato)

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EMPRESA dedicada ao mobiliário e decoração hoteleira produz para as mais famosas redes de hotéis e continua nas mãos da família fundadora. A Móveis Viriato está a festejar o 60.º aniversário (surgiu em 1952), mas bem pode dizer que nasceu uma segunda vez em meados da década de 80. Aí, no meio da grave crise económico-financeira que assolava o País, transformou-se: passou de uma pequena fábrica de mobiliário doméstico a uma marca produtora de mobiliário hoteleiro (Viriato Hotel Concept). Hoje, indiferente às nuvens negras que voltaram a tomar de assalto Portugal, continua a prosperar.

Esta também é uma história familiar. Viriato Rocha foi fundador, depois de comprar a marcenaria do patrão. Hoje, aos 85 anos, ainda vai “todos os dias” à empresa, mas o leme está nas mãos dos filhos António (atual CEO), Fernando e Viriato. E até já há seis elementos da terceira geração a trabalharem nos corredores da empresa do Vale do Sousa (Recarei, concelho de Paredes).

A Viriato tem “uma história longa”. Mas Carla Rocha, diretora comercial e filha de António Rocha, resume-a ao essencial: “A empresa dedicava-se ao fabrico do mobiliário normal, para casas e lojas, mas entretanto deu o salto. Com a crise dos anos 80, o meu avô e o meu pai tiveram oportunidade de produzir para um hotel com uma grande empresa de produção francesa. Era um desafio muito grande, eles arriscaram, as coisas correram bem e perceberam que aí estava o caminho.” Após algum tempo a trabalhar para os dois mercados em simultâneo, passaram a dedicar-se exclusivamente ao fabrico de mobiliário para hotelaria. E assim singrou a Viriato Hotel Concept.

Entretanto, a empresa passou também a a apresentar soluções para a decoração dos hotéis. Tem um departamento de projetos de interiores e uma estrutura que permite fazer a gestão total da encomenda recebida. “Nós fazemos tudo, desde o desenho, fabrico, compra, instalação”, descreve Carla.

Esse trabalho trouxe-lhes reconhecimento. “Trabalhamos com as maiores cadeias hoteleiras, como Marriott, Sheraton, Pestana ou Club Med…”, enumera a diretora comercial, sublinhando: “Os melhores prémios que podemos ganhar são os projetos que nos adjudicam.” E, com isto tudo, a Viriato já exporta 70% daquilo que produz. Está presente nos cinco continentes, de Espanha ao Reino Unido, da Suécia à Arábia Saudita, ou de Cabo Verde à Polinésia Francesa. E quer mais. Carla Rocha diz que “o futuro está em África”, não só em Angola (onde a empresa abriu uma show house, em 2009) mas também em todo o continente.

De resto, a Viriato vai continuar de olho aberto, pronta para produzir tudo aquilo que o mercado hoteleiro precisar. “Temos de estar constantemente atentos ao mercado, a própria hotelaria vai criando novos conceitos (como o turismo de saúde ou de desporto) e nós estamos despertos para isso”, explica a responsável.

E, numa altura em que o País vive uma crise à imagem da dos anos 80 (quando a Viriato nasceu pela segunda vez), Carla Rocha só espera que o futuro não traga mudanças tão drásticas. “Espero que a Viriato continue a trabalhar na hotelaria – porque ainda podemos fazer mais e melhor. E espero que consiga obter uma expansão mais global… mas sempre como uma empresa familiar.”

Isto porque a Viriato está-lhes no sangue. “A fábrica começou junto das nossas casas, sempre estivemos muito ligados à empresa e identificamo-nos muito com este trabalho”, assume Carla Rocha. Ela própria, que estudou Gestão e foi trabalhar para uma empresa do sector petrolífero (em Itália), não resistiu a voltar a casa. “Não me consigo imaginar a trabalhar noutra coisa. Em Milão, sentia que era só mais um número. Aqui na empresa não é assim, toda a gente gosta de cá trabalhar, conhece-se pelo nome… Há outro sentimento. Por isso, voltei a casa. E agora não quero sair, nem por nada”, remata.

Por Rui Marques Simões publicado in http://www.dn.pt/

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