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Carlos Manuel Almeida (1945)

Carlos Manuel Almeida (1945)

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CARLOS Manuel de Campos Nova Almeida nasceu em 1945, na Póvoa de Varzim. É casado com Fernanda Almeida e tem um casal de filhos. Em 1939, foi para Angola, onde fez o ensino primário e frequentou a Escola Comercial e Industrial de Sarmento Rodrigues, em Nova Lisboa (Huambo). Aos 17 anos e até ir para a tropa, em 1966, foi escriturário no arquivo de Identificação Civil. Cumprido o serviço militar, tornou-se maquinista dos caminhos-de-ferro. Regressou em definitivo à Póvoa de Varzim em Outubro de 1975, e foi funcionário da Maconde durante 35 anos. “Com outros jovens da minha idade, com o curso comercial, fui recrutado para trabalhar no arquivo de identificação civil do Estado. Salazar tinha decidido atribuir o bilhete de identidade aos nativos. Trabalhei nas brigadas de identificação que eram deslocadas para cidades do distrito de Huambo, a zona mais populosa de Angola. Com o subsídio de alimentação ganhávamos dois contos e quatrocentos (12 euros) por mês. Éramos bem pagos mas trabalhávamos o dia inteiro e parte da noite. As pessoas eram transportadas das aldeias em camionetas fretadas pelo estado e aguardavam, por vezes uma semana, até estar concluído o BI. Tínhamos um fotógrafo, tirava-se as impressões digitais, o nome e calculava-se a idade. Como a maioria não sabia, tínhamos a ajuda dos mais novos para chegar à idade dos mais velhos. Esta tarefa exigia-nos muita perspicácia. O BI era preenchido à mão com uma caligrafia bem legível. E não podia ser rasurado”.

Como filho de peixe sabe nadar, Carlos Almeida mudou de agulhas e seguiu o trilho da família: “o meu bisavô foi ferroviário, o meu avô Andrade e Almeida foi chefe da reserva de máquinas da Sª da Hora, e o meu pai foi maquinista nos caminhos-de-ferro do norte de Portugal. Em 1948, ele foi para Angola trabalhar no caminho-de-ferro de Benguela, que era privado, mas com administração portuguesa. Depois da tropa, eu fiz uma formação para conhecer a nomenclatura da máquina e quais as avarias possíveis de solucionar em trajecto. Era raro acontecer uma avaria. Antes de qualquer viagem, a máquina era vistoriada e feita a manutenção por uma equipa de serralheiros. Não era fácil tripular uma locomotiva a vapor com sistema de frenagem. Para sentir o comboio nas mãos temos que ter uma boa equipa de fogo, constituída pelo fogueiro, o chegador e o limpador. O comboio carregava um Tender de lenha e outro de água. Havia postos de abastecimento no percurso. Como estávamos em zona de guerra, à frente da máquina ia um vagão para rebentar possíveis minas”.

Por José Peixoto. Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA

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