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Clarice Marques (1938)

Clarice Marques (1938)

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CLARICE Ferreira Marques do Couto Pinto Alberto nasceu em 1938, na rua da Assunção, Póvoa de Varzim. Aprendeu a ler na Escola dos Pescadores, ao lado da igreja da Lapa, mas com o falecimento do pai foi, como menina pobre, para o Colégio do Sagrado Coração de Jesus e acabou a quarta classe na Escola Nova. Aprendeu e fez renda de bilros até se empregar, com 20 anos, na Maconde. Casou com Américo Silva e em 1970 partiu para Moçambique, de onde regressou em 1977. Com uma passagem por Resende, onde viveu cerca de dois anos, regressou à Póvoa e à Maconde, onde trabalhou até se aposentar. No real da vida experimentou o teatro com nove anos, uma arte que soube amar até aos dias de hoje.

“O Colégio do Coração de Jesus tinha distinção de classes. As filhas de gente pobre, como eu, entravam pela porta do lado, em frente às alminhas. Entre as oito e as oito e meia da manhã, ficávamos fechadas numa sala até as filhas de gente rica entrar pela porta principal, entre as oito e meia e as nove horas. Eu era um pouco traquina e levei alguns puxões de orelhas das freiras, mas elas educavam bem as crianças. Depois fui para a Cruzada do padre Alves, nos jesuítas do Sagrado Coração de Jesus, onde aprendi a representar. Fazíamos teatro três vezes por ano, no Carnaval, no Verão e no Natal”, recordou à nossa reportagem.

A entrada para a Cruzada deu-se ainda com a Basílica do Coração de Jesus em construção, recorda Clarice Marques: “Ainda estive pendurada nos ombros do Cristo, na oficina onde estava a ser esculpido. Foi feito em três partes, ali ao lado da Basílica”.

Das primeiras peças de teatro recorda o seu papel de escrava de Santa Inês: “Durante a representação há um momento em que a mártir Santa Inês aparece com os anjos e eu atirei-me para o chão a pedir perdão. Acontece que me aleijei e tive que ficar de joelhos enquanto um coro entoava um cântico. As lágrimas corriam-me de dor e as pessoas espantaram-se com a minha emocionante e tão real representação. Tinha 12 anos e fui muito acarinhada e aplaudida nesse dia”.

Clarice Marques não tem dúvidas que foi a sua participação na Opereta Maria que revelou as suas qualidades em palco: “Foi a primeira vez que representei no teatro Garrett, tinha 16 anos. Interpretei dois papéis, um de criada ao lado de um magala, e o outro de criada com dois jornaleiros. A partir daí deixei de ser a menina dos teatros da paróquia e passei a ser a actriz das revistas do José de Azevedo. Conheci-o na Opereta Maria e entrei em todas as revistas que ele escreveu. Entre muitos outros actores amadores, trabalhei com o grande Jaime Trabulo, o Miguel Cadilhe e o irmão, o Campos Cunha, os Laranjas ou os Vianas”.

Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA.

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