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Constantino Dinis (1935)

Constantino Dinis (1935)

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CONSTANTINO Dinis nasceu em 1935, na Póvoa de Varzim. É casado com Arminda Preciosa e tem cinco filhos. Fez a 4ª classe e aos 13 anos foi para o mar. Andou cinco anos na pesca do Bacalhau e foi emigrante na Alemanha 10 anos. Regressou ao mar para a pesca da sardinha em Matosinhos e não teve outra profissão até se reformar. “Os meus avós e o meu pai eram pescadores. Depois de tirar a licença na capitania também fui para a pesca da sardinha, na catraia do mestre João Moiro. Entretanto mudei para a catraia “Viva Jesus” do Manel Vila. Pescávamos sardinha e cações. Éramos cinco ou seis tripulantes. No tempo das velas quando não havia vento o motor era os braços e os remos a hélice. Cheguei a vir a remar desde Matosinhos até à Póvoa. Aos 17 anos fui para Matosinhos, para a traineira “Mogador” do mestre Mário Fanata. Andei na sardinha até ir para a tropa”.

Metade do serviço militar foi concluída na pesca do Bacalhau, como recorda Constantino Dinis: “quando fui para a tropa já namorava com a que veio a ser minha esposa. E foi o meu futuro sogro, que como andava na pesca do Bacalhau, que arranjou maneira de eu cumprir parte da tropa na Terra Nova. Fui em 1957, de verde, para o navio “Ave-Maria”. Logo no início morreu um pescador que, tal como eu, ia a primeira vez. A gente estava no dóri a pescar, quando o mar começou a levantar, o vento a crescer e a névoa a cegar. O capitão demorou a suspender o navio para proteger os botes do vento forte. Quando o fez, fomos entrando para bordo mas faltava um. Começamos a escalar o bacalhau, mas o homem não apareceu. A rapaziada estava triste e calada. No outro dia, por respeito, não arreamos. O bote foi encontrado virado. A tragédia aconteceu no princípio da campanha e os mais novos ficaram desanimados. A pesca rendeu pouco. No ano seguinte fui para o “Lutador” e a pescaria correu melhor. Como recebi uma carta na Gronelândia a dizer que tinha passado à disponibilidade, quando regressei daquela escravidão não quis ir mais. Casei e voltei para as traineiras de Matosinhos”.

Por José Peixoto. Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA

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