QUANDO entrou na Universidade do Porto, em 2009, Daniel Freitas trazia consigo uma nota redonda e um sonho. A nota resumia-se nos 199.0 valores que lhe garantiram o título de estudante com melhor média de entrada no Ensino Superior nesse ano. O sonho passava por “ser pioneiro em algo”, de preferência algo que envolvesse uma viagem para os Estados Unidos e um emprego na Microsoft. Cinco anos depois, já vai no segundo mestrado na Faculdade de Engenharia (FEUP). Quanto ao sonho, Bill Gates terá que esperar pelo menos mais um ano, o mesmo que Daniel está prestes a iniciar como presidente da Federação Académica do Porto (FAP).
Apaixonado desde sempre por computadores, o “Freitas” – nome de “guerra” pelo qual ainda é conhecido em Lamego – completou em 2014 o Mestrado em Engenharia Informática e Computação pela FEUP, estando atualmente a frequentar o 1.º ano do Mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão. Em paralelo, vem desenhando um percurso associativo intenso, marcado pelas passagens pela Associação de Estudantes da FEUP (AEFEUP), que presidiu entre 2013 e 2014, e pela FAP. Atualmente, é também representante das associações de estudantes do Ensino Superior no Conselho Consultivo Regional (CCR) do Instituto Português do Desporto e Juventude Norte (IPDJ-N) e representante dos estudantes da U.Porto no Conselho Geral da Universidade do Porto.
Meia década após ter chegado à Universidade, o agora líder da FAP antecipa um mandato “pleno de realizações com vista a melhorar a Academia do Porto”. Uma aspiração que implica “fazer mais e melhor com os recursos disponíveis, procurando servir da melhor forma os estudantes que nos orgulhamos de representar. Quero aproximar-nos dos estudantes e trabalhar mais intensamente, não só com as associações de estudantes federadas, mas também com outros grupos de estudantes da Academia, por forma a explorar da melhor forma possível as possíveis sinergias e potenciarmos o melhor do que existe no Porto para toda a comunidade. Espero posicionar a FAP como um verdadeiro catalisador da Academia do Porto, impulsionando o melhor dos diversos grupos de estudantes e colocando a nossa geração ativa, viva e dinâmica ao serviço dos outros e de nós enquanto sociedade”.
Idade?
23 anos.
Naturalidade?
Lamego.
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Gosto das pessoas que genuinamente contribuem para o bem da Universidade, para o seu crescimento e para o aumento do seu prestígio, mas que fundamentalmente trabalham para os estudantes com a convicção de que melhorando as suas condições de estadia nesta casa, estão a contribuir de sobremaneira para uma Universidade do Porto melhor.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Não gosto de algum conservadorismo que ainda se faz sentir na Universidade, da resistência à mudança em muitos setores e do individualismo e isolamento que existe entre diversas unidades orgânicas que tornam a Universidade do Porto uma instituição com demasiadas barreiras que tantas vezes são difíceis de ultrapassar.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Promoção de um maior espírito de partilha, de troca de conhecimento e de experiências entre as realidades vividas entre as diversas unidades orgânicas: promoção da livre circulação entre espaços das unidades orgânicas; promoção de conferências, encontros e convívios entre os diversos agentes da Universidade (estudantes, docentes e não docentes).
– Como prefere passar os tempos livres?
Com os amigos. Independentemente dos hobbies que ocupam os (poucos) tempos livres, prefiro sempre estar bem acompanhado.
– Um livro preferido?
Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski
– Um disco/músico preferido?
“Meteora”, dos Linkin Park.
– Um prato preferido?
Arroz de marisco.
– Um filme preferido?
Pulp Fiction.
– Uma viagem de sonho?
Las Vegas.
– Um objetivo de vida?
Ser feliz. Chega.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Ricardo Araújo Pereira
– Uma ideia para melhorar a qualidade do Ensino Superior em Portugal?
Ouçam a opinião dos estudantes. Sensatez e coerência são caraterísticas das propostas do movimento associativo que está cada vez mais preparado e informado para contribuir para a melhoria do sistema de Ensino Superior. A juntar a isto, os estudantes têm tido a irreverência suficiente para colocar o dedo na ferida em tantas questões que urgem resolver. Mas isto não passa apenas por apontar o dedo, mas sim pela disponibilidade sempre demonstrada para apontar o caminho e propor as necessárias soluções.
Por Tiago Reis publicado in http://noticias.up.pt/