A natureza irrequieta da tradição
Era uma vez uma curva encantada que evoluía segundo a natureza irrequieta da tradição. Chamava-se espiral. No entanto, essa espiral não tinha sido sempre uma espiral.
Há muito, muito tempo, vivia um ponto completamente sozinho na imensidão do espaço. Um dia, alguém resolveu acrescentar um ponto a esse ponto, e depois alguém acrescentou outro. De repente tinha-se formado uma linha. Uma linha que começou a crescer infinitamente pela memória e pelas lacunas da memória mas só tinha existência real no plano da imaginação. Para todos os efeitos, continuava apenas a existir um ponto e só um ponto completamente sozinho na imensidão do espaço.
O que é certo é que na hora de contar a história desse ponto eram necessários cada vez mais pontos e, por isso, a história do ponto evoluía eternamente numa curva encantada, segundo a natureza irrequieta da espiral.
Por André Domingues
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Inaugura esta quinta-feira (08-09-2016), pelas 19h, no Museu Nacional Soares dos Reis, exposição colectiva baseada nos Contos Populares Portugueses de Adolfo Coelho sob o tema: Quem conta um conto…
ARTISTAS:
Alvarenga Marques
Amélia Mano Tonet
Carla Faro Barros
Conceição Vasconcelos
Cristina Camargo
Ernesto Ricou
Isabel Braga
José Rosinhas
Karin Somers
Manuel Ramos
Maria Paz Amorim
Maria João Rosas
Mariana De Castro
Miriam Rodrigues
Paula Fidalgo
Paula Soares
Renata Carneiro
Raquel Gralheiro
Susana Bravo
Teresa Pedroso
Curadoria:Teresa Pedroso / Renata Carneiro