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Inês Maia, 1993

Inês Maia, 1993

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NÃO tem aspecto de ser um ratinho de biblioteca. Se dúvidas houvesse, a página de Inês Maia no Facebook comprova que a sua vida social está bem e recomenda-se. Canta, vai à praia e, mais do que isso, em 2011, no mesmo ano em que se destacou por ter tido a melhor nota no exame de Português do 12.º ano, lançou um livro de ficção, Desafio Celestial (Editorial Presença).

Nenhuma das suas actividades a impediu de ser boa aluna porque o segredo, adianta, não é estudar horas a fio. “O essencial é estarmos atentos nas aulas.” Quem já não for a tempo, pode, mesmo assim, socorrer-se de alguns truques.

“No que toca à gramática, é preciso decorar algumas regras, para chegarmos ao exame e não haver dúvida possível; no resto, não aconselho nada: o objectivo é mesmo compreender o que se lê sem pretensões de copiar e colar no exame aquilo que se ouviu nas aulas ou se leu nos manuais”, debita esta rapariga de 19 anos, agora estudante na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Postas de parte as mnemónicas e truques afins, Inês Maia sustenta que outro dos segredos é manter uma atitude positiva relativamente ao que se está a estudar. “Se pensarmos que aquilo até pode ter um lado divertido e interessante, torna-se muito mais fácil. Quando tinha uma parte da matéria de que gostava menos e me sentia mais negativa, custava-me sempre mais decorar e perceber.” Mesmo nas alturas dos exames, Inês nunca alinhou em directas nem em estimulantes. “Dormia sempre as minhas oito horinhas por dia. E nunca fui de sair à noite, o que fazia era pôr a televisão de lado e pôr o computador de lado, mas tudo isto sem exageros, para não entrar em depressão profunda.” Em período de exames, as horas das refeições mantiveram-se sagradas e o único desvio à norma eram os chocolates ingeridos aqui e ali, “para aguentar mais duas horas de estudo”.

Minutos antes de ter o enunciado na mão, Inês desligava. “Ficava uns minutos em meditação. Entrava na sala, não falava com ninguém nem ouvia o que as pessoas estavam a dizer para não aumentar a ansiedade e não pensava na matéria.” E, na dúvida sobre a resposta correcta, Inês diz que aprendeu da pior maneira que, em regra, a primeira resposta, a que saiu de modo mais intuitivo, é a acertada.

“Não vale a pena aproveitar-se a tolerância de 30 minutos para mudar tudo aquilo que estava certo.” Está feito o aviso.

In http://www.publico.pt/ (Este texto foi publicado no PÚBLICO de 10 de Junho de 2012)

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