É “COM um sorriso fácil” que João Vinagre diz encarar a vida. Seja numa pescaria com os amigos, seja no laboratório, onde este estudante de doutoramento do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e investigador do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) enfrenta diariamente um dos maiores “inimigos” da humanidade. Recentemente, esse sorriso ganhou força quando venceu a edição 2014 do Prémio Pulido Valente Ciência, por um trabalho que lança novas luzes sobre a forma de desenvolvimento do cancro.
Natural de Ovar, João Vinagre é licenciado em Microbiologia pela Faculdade de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (2006). No Ipatimup desde 2007, integra o grupo Cancer Biology liderado por Paula Soares. Atualmente, frequenta o último ano Programa Doutoral em Patologia e Genética Molecular do ICBAS, no qual entrou em 2012.
Foi precisamente no âmbito do doutoramento que João Vinagre desenvolveu o estudo premiado – com 10 mil euros – pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Fundação Professor Francisco Pulido Valente. Nele conseguiu identificar o aumento de uma proteína, a telomerase, em cancros mais agressivos da tiroide, bexiga e do sistema nervoso central. Uma investigação que mereceu honras de publicação na prestigiada revista Nature Communications, e que lança as bases para o grande objetivo na vida de João: “descobrir um biomarcador para o cancro que permitisse um diagnóstico precoce, que fosse barato e disponível a todos”.
Para além do Prémio Pulido Valente de 2014 (que distingue, desde 2013, o melhor trabalho de investigação das Ciências Biomédicas feito por portugueses com menos de 35 anos), o trabalho de João Vinagre foi distinguido anteriormente pela Sociedade Portuguesa de Genética Humana.
Naturalidade?
Ovar.
Idade?
33 anos.
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Que esteja entre as melhores do Mundo com o orçamento que dispõe. De ser composta por Pessoas com um papel ativo e preponderante para a sociedade Portuguesa.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Por vezes de um excesso de burocracia.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Reforço das causas humanistas a que se associa e um bom apoio social a todos os estudantes que necessitem desta ajuda.
– Como prefere passar os tempos livres?
Adoro uma pescaria com amigos. Passear de mota com a minha namorada. Viajar pelo mundo.
– Um livro preferido?
“A causa das coisas” de Miguel Esteves Cardoso.
– Um disco/músico preferido?
Se tivesse de ouvir um só seria inevitavelmente Pat Metheny; Mas o álbum “Flying High…at the heart of it” do meu amigo Sandro Norton é para mim a música do momento.
– Um prato preferido?
Leitão à Bairrada ou um bom robalo (de preferência pescado por mim).
– Um filme preferido?
“Donnie Darko”.
– Uma viagem de sonho?
Por realizar: América do Sul ou América do Norte (coast to coast) de mota.
– Um objetivo de vida?
Continuar com um sorriso fácil e ajudar o próximo sempre que possível.
– Uma inspiração?
Pai e Mãe. Os meus irmãos só podem dizer o mesmo!
– A descoberta da sua vida?
Descobrir um biomarcador para o cancro que permitisse um diagnóstico precoce, que fosse barato e disponível a todos.
– Uma ideia para projetar a investigação da U.Porto?
Uma boa unidade de comunicação que promova nacional e internacionalmente o que melhor se faz na Universidade do Porto. Apoios para os estudantes apresentarem os seus trabalhos em reuniões internacionais.
Por Tiago Reis publicado in http://noticias.up.pt/