JOAQUIM Marques da Rosa nasceu em 1942, na Póvoa de Varzim. É casado com Fátima Vasconcelos e tem um casal de filhos. Concluída a 4ª classe, foi pescador e futebolista no Varzim SC, onde fez toda a carreira desportiva. Depois trabalhou três anos na fábrica Quintas & Quintas e mais tarde na empresa Sopete, tendo exercido funções de porteiro da sala de Bingo, Máquinas e Sala de Jogo, do Casino da Póvoa. “Aos 14 anos fui para a pesca da sardinha numa catraia a remos e à vela que era do meu cunhado. Ia sempre a chorar mas tinha que ser porque a minha mãe mandava e era preciso ajudar a família. Quando vieram as primeiras motoras para a Póvoa, a Lobito, a Senhora d’Assunção e a Torrão fui para a esta pescar congro e pescada, ao anzol. Antes chegar a sénior do Varzim, ainda andei na pesca da sardinha num barco de Matosinhos, o Painho. Havia três barcos pretos da sardinha, a Fusela, o Painho e a Senhora das Neves”.
Para Joaquim da Rosa ( Quim) o futebol foi sempre uma paixão que começou nos jogos de rua e acabou no Varzim: “aos domingos a malta juntava-se para jogar à bola na antiga esplanada do Carvalhido. Era norte contra o sul. Os directores do Varzim andavam por lá a ver quem tinha jeito. O Inácio Corcundinha, que também jogava com a malta, convidou-me para representar os juniores do Varzim, tinha eu 17 anos. A minha mãe não queria que eu fosse jogador e não assinou o contrato. Só que Inácio assinou por ela sem que ninguém soubesse. Eu não treinava porque andava toda a semana a pescar em Matosinhos. Mas jogava sempre no domingo. Só deixei o mar quando o senhor Mesquita, dirigente, foi ao cais de Matosinhos oferecer-me um contrato de 900 escudos (4,50 Euros) por mês. Foi uma alegria deixar o mar e passar a ser futebolista profissional. Foram 16 anos com a camisola do Varzim, só o Alexandre jogou mais tempo. Tive convites para jogar no Guimarães e no FC do Porto, mas o Varzim não vendeu a minha carta. Representei a selecção militar e fui chamado à selecção A e B, para defrontar a Espanha, em Córdoba. Perdemos 3-0, mas não cheguei a jogar”.
Por José Peixoto. Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA