NÃO abdica de uma boa comédia para “desligar metade do cérebro” mas, na maior parte do tempo, o mais certo é encontra-la empenhada num dos muitos projetos em que está envolvida. Médica pediatra formada pela Faculdade de Medicina da U.Porto, onde dá aulas, Liane Costa, 32 anos, é a vencedora do Prémio Banco Carregosa/Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos 2016.
Pediatra no Centro Hospitalar de São João e docente na FMUP, a jovem médica terminou a sua formação pré-graduada na FMUP, em 2008. Posteriormente, frequentou uma pós-graduação em Medicina do Trabalho, mas foi no âmbito do Programa Doutoral em Investigação Clínica e em Serviços da Saúde da mesma Faculdade que desenvolveu o projeto agora distinguido com 20 mil euros e com o qual contribuiu substancialmente para a compreensão do impacto da obesidade no rim e na vasculatura de crianças em idade escolar.
Liane Costa soma no curriculum a participação em quatro projetos de investigação, a subscrição de quinze publicações científicas por extenso e a participação em catorze reuniões científicas. É também membro da Unidade de Investigação EPIUnit, do Instituto de Saúde Pública da U.Porto (ISPUP) desde 2012.
Dado o seu dinamismo académico-científico, não espanta que contabilize já sete prémios e bolsas, de entre os quais se destacam a Bolsa Interno-doutorando da Fundação para a Ciência e Tecnologia e as edições de 2014 e 2015 do Prémio Melhor Trabalho Pfizer – Sociedade Portuguesa de Pediatria.
Apesar do sucesso na área da investigação, não descurou a vertente assistencial, tendo progredido de forma sólida na carreira médica. Afirma, por isso, ser perfeitamente possível conjugar as duas vertentes — clínica assistencial e de investigação: “espero que seja um bom exemplo, sobretudo, para os colegas mais novos de que, de facto, é possível fazer clínica, sermos internos da especialidade e ao mesmo tempo fazermos investigação”, sublinha.
Naturalidade?
– Porto
Idade?
– 32 anos
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Do sentimento de pertença no seio da cidade do Porto e da facilidade de cooperação entre as diferentes instituições.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Dos constrangimentos orçamentais que se têm feito sentir nos últimos anos e que dificultam a contratação de docentes e a valorização dos investigadores que prestigiam a Universidade.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Diminuir a contratação de docentes voluntários e valorizar o trabalho dos seus investigadores.
– Como prefere passar os tempos livres?
Em família, a passear e viajar ou no sofá a ver um bom filme.
– Um livro preferido?
Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago.
– Um disco/músico preferido?
Transparente, Mariza.
– Um prato preferido?
Francesinha (podia ser outro?) ex-aequo com uma boa cabidela (feita em casa pela minha mãe).
– Um filme preferido?
Todas as comédias (de preferência românticas) que nos permitem desligar metade do cérebro e relaxar…
– Uma viagem de sonho?
Antigo Egito (por agora uma aventura pouco segura).
– Um objetivo de vida?
Ser feliz… Faça o que fizer não gosto de me esquecer que é esse o grande objetivo…
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Os meus pais foram os primeiros a ensinar-me a vontade de me querer sempre superar… Mas depois conhecemos o mundo e é fácil encontrar inspiração nas mais pequenas coisas… Basta estar atento!
– O projeto da sua vida…
Trabalhar empenhadamente em cada projeto… E arranjar um, ainda mais desafiante, quando termina o anterior… Não tenho um projeto! Quem me conhece sabe que tenho uma LISTA deles!
Por Olga Magalhães publicado in http://noticias.up.pt/