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Manuel António da Silva Milhazes (1945)

Manuel António da Silva Milhazes (1945)

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MANUEL António da Silva Milhazes, mais conhecido por Neca Milhazes, nasceu em 1945, na Rua Padre Leite Morais, na Póvoa de Varzim. Iniciou o Curso Geral de Comércio na antiga Fábrica do Gás e terminou nas novas instalações da Escola Comercial. Depois completou Curso Complementar, antigo 7º ano. Trabalhou como aspirante a funcionário público no Liceu D. Manuel II no Porto e foi mobilizado para a guerra na Guiné, em 1967. Dois anos depois regressou e foi trabalhar para o Liceu da Póvoa. Concorreu às Finanças e entrou no quadro. Aposentou-se com 36 anos de serviço como Técnico Superior, Inspector. É emblema de ouro e sócio honorário do Varzim, foi director do clube e é secretário do Conselho Varzinista. Amante do associativismo, Neca Milhazes já foi presidente de várias instituições poveiras. Durante 27 anos liderou a Associação da Matriz. Também foi presidente da Associação da Banda de Música da Póvoa e ainda preside ao Conselho Fiscal. Na vertente política, também é presidente da Assembleia da União de Freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai.

Da infância, Neca Milhazes recorda com saudades os jogos tradicionais e os primórdios da televisão: “jogava ao pião, à pela, ao pincha, à estrancela, ao galgo, às escondidelas e ao botão, normalmente arrancados das roupas de casa. Fazíamos corridas com guiadores de arame ou de carrianas com tocos de vassoura e uma roda. Tínhamos um circuito entre as ruas Almeida Brandão e Portela, chamávamos a volta ao Pedro. O futebol era jogado na rua com bolas de trapo ou borracha. Mas tínhamos que estar atentos porque o guarda Gabriel roubava-nos a bola. Íamos aos campos arrancar cenouras e nabos para comer, e apanhar grilos para ouvi-los cantar na gaiola. Já moço, comecei a frequentar os bailes de garagem, onde rapazes e raparigas dançavam ao som de um gira-discos. Foi aí que comecei a namorar com a minha mulher. Quando apareceu a televisão, íamos para o café Académico, frente ao hospital, ou para as mercearias do Salvador e do Albino ver aquele espanto. Outros tempos”.

O interesse pelo associativismo revelou-se mais tarde, mas Neca Milhazes diz que foi na adolescência que tudo germinou: “fui presidente da Associação da Banda de Música da Póvoa e actualmente sou presidente do Conselho Fiscal. O meu pai e o meu sogro foram dois dos fundadores. Na minha adolescência andei a aprender a tocar saxofone. Só não integrei a Banda porque me disseram que tinha que tocar aos domingos, nas festas e romarias. Como não podia ver os jogos do Varzim, desisti. Desde miúdo que ia com o meu pai ver o Varzim. Aos 15 anos os porteiros não me deixavam entrar e fiz-me sócio.

Por José Peixoto. Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA.

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