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Maria Matilde Branco (1946)

Maria Matilde Branco (1946)

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MARIA Matilde dos Santos Branco nasceu em 1946, em Cascais. Fez o antigo 4º ano de Liceu e foi empregada de Escritório até se casar aos 24 anos, com Fernando Pinho e Silva. Da união nasceram dois casais de filhos. “Pouco depois do casamento o meu marido quis que eu deixasse o emprego e tratasse da casa e criasse os filhos. Os três primeiros vieram seguidos”. E recorda como conheceu o seu amor: “foi no escritório da fábrica de Lacticínios, Martins e Rebelo. Eu fazia a contabilidade e ele trabalhava com as Letras. Ele apresentou-se aos meus pais para pedir namoro. O pedido foi aceite, mas nunca saíamos sozinhos. Para passear na rua ou ir ao baile no Teatro Gil Vicente, tinha que levar a minha avó comigo. O amor era um raro respeito. Entretanto, o meu Fernando foi para a tropa e eu fui trabalhar para os escritórios em Lisboa da empresa de vinhos da Condensa de Murça”.

O serviço militar acabou por afastar para Angola o amor de Maria Matilde. E da saudade veio um casamento por procuração. “ Fui ao Registo Civil com os padrinhos. Verificaram se tinha a minha vida limpa e passam-me a procuração. Entreguei ao padre e este casou-me com um tio, já de idade, que assumiu a responsabilidade de fazer as vezes de marido. Embarquei para Luanda, fiquei lá sete meses e trouxe o primeiro filho na barriga. Quando o meu marido regressou, o filho tinha cinco meses”. E recorda: “estávamos a viver em Almada quando se deu o 25 de Abril. A fábrica onde o meu marido trabalhava fechou, mas deu-lhe a possibilidade de mudar-se para o Brasil. Ele foi primeiro para organizar a vida. Quando fui para S. Paulo tive uma tristeza no aeroporto. Uma mulher polícia rasgou a boneca de trapo da minha filha, à procura de dinheiro escondido. Vivi oito anos e meio no Brasil. A saudade fez-nos regressar. O Fernando arranjou emprego numa fábrica em Alcains, perto de Castelo Branco, e fomos para lá viver”.

Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA

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