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Nuno Alves, 37 anos

Nuno Alves, 37 anos

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COM apenas 37 anos, Nuno Lages Alves entrou recentemente no firmamento das estrelas da investigação europeia. Afinal, não é todos os dias que se recebe 1.5 milhões de euros correspondentes a uma das Starting Grants atribuídas este ano pelo European Research Council (ERC), uma das mais importantes bolsas científicas europeias. Podia contudo ter sido bem diferente o  percurso deste imunologista portuense que começou na Biologia Vegetal. Até que o destino, qual Futre em pleno Estádio do Prater na final da Taça dos Campeões Europeus de 1987 que ainda hoje passa em repeat no velho VHS de Nuno Alves, lhe trocou as voltas e o levou a integrar, em 2000, o Programa Graduado em Áreas da Biologia Básica e Aplicada (GABBA). É no mais antigo programa doutoral da U.Porto que tem a oportunidade de descobrir vários campos em Biomedicina, incluindo a imunologia. Este foi precisamente o campo de investigação em que Nuno desenvolveu o projeto de doutoramento, concluído em 2007 na Universidade de Amsterdão (Holanda).

Atualmente, Nuno Alves é Investigador Principal, com contracto Investigador FCT, no Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto (IBMC) onde constituiu, há pouco mais de um ano, um grupo próprio. Optou por uma carreira de investigação, motivado pela ausência de limites da ciência ou, por outras palavras, pelos múltiplos imprevistos que surgem na mente de cada um sempre que se responde a uma pergunta particular.

E a pergunta em que se foca poderá vir abrir inúmeras outras portas de questionamento ou mesmo trazer luz para resolução de outras tantas interrogações da biomedicina. Trabalha com o timo, um órgão que produz, nutre e educa os linfócitos T, as células do nosso sistema imunológico que distinguem o que nos é próprio daquilo que nos é estranho. São elas que reconhecem e desencadeiam respostas imunológicas contra agentes patogénicos mas também são elas que, quando “mal ensinadas no timo, levam ao aparecimento de doenças autoimunes. Vacinas eficazes, perda de função do sistema imunitário com a idade, ou controlar a autoimunidade, são todas problemáticas que o trabalho de Nuno Alves poderá ajudar a resolver.

Naturalidade?

Porto

Idade?

37 anos.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

A crescente internacionalização.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Algum conservadorismo.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Suster programas doutorais de excelência.

– Como prefere passar os tempos livres?

Ciclismo, jogos no Dragão e cinema.

– Um livro preferido?

O Conde de Monte Cristo.

– Um disco/músico preferido?

Rock Alternativo.

– Um prato preferido?

Cabrito Assado.

– Um filme preferido?

The Big Lebowski.  Mas destaco também o VHS do F.C. Porto 2 – Bayern Munique 1, minutos 77 e 79, 27 de maio de 1987…

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Austrália.

– Um objetivo de vida?

Continuar a aprender.

– Uma inspiração?

Família.

– Uma descoberta que gostasse de fazer…?

Impedir o “envelhecimento” do Timo.

– Uma ideia para aumentar a visibilidade da investigação portuguesa a nível internacional?

Aposta crescente e continuada nos investigadores e unidades de investigação. O trabalho de excelência produzido nas nossas instituições é o melhor embaixador da investigação portuguesa.

Por Júlio Borlido Santos publicado in http://noticias.up.pt/

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