O CÓNEGO Fernando Milheiro é natural de Escapães, aqui ao lado em Santa Maria da Feira. Começou por estudar no Colégio de Ermesinde até se tornar, atualmente, pároco das paróquias de Azevedo, Calvário e Campanhã. Dos lugares situados nas terras portucalenses propícios ao encontro com Deus, escolhe desde templos religiosos até paisagens. A Sé, quando não está invadida por turistas, é um deles.
Por Paulo Moreira Lopes
Fotografia de Jaime Neto
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
6-03-1947, Escapães, Santa Maria da Feira.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Campanhã – Porto.
3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Colégio de Ermesinde, Colégio de Gaia, Seminário de Vilar e Seminário da Sé.
4 – Formação académica, além de Teologia?
Teologia com anexos de Música, Direito, Psicologia, Pedagogia, outros. Depois dediquei-me ao ensino, e durante duas dezenas de anos ao jornalismo, para o que fiz alguma formação específica. O mundo da Educação (pessoal, social, religiosa…) foi e é “uma paixão”.
5 – Qual o cargo que desempenha na Diocese do Porto?
Sou cónego da Sé catedral, pároco de três paróquias da cidade do Porto (Azevedo, Calvário e Campanhã), vigário do Porto-nascente, assistente da Associação Católica do Porto e do Círculo Católico de Operários do Porto, e membro da Irmandade dos Clérigos.
6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia a sua vocação por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
Sou oriundo de uma freguesia de gente trabalhadora na indústria do calçado e de uma família de seis filhos, que se dedicava à agricultura. Conheço e gosto muito da Natureza, percebendo que a pessoa humana é chamada a usufruir e cuidar dela.
De uma família tradicional e cristã, aprendi o que é a grandeza da pessoa, o benefício do empenhamento social e a qualidade de uma vida profundamente cristã. O sentido de família, o trabalho, a partilha, a corresponsabilidade, a dignidade da pessoa, a Igreja como comunidade de Fé e de vida cristã foram sendo apreendidos e vividos desde os mais tenros anos.
7 – Apesar de Deus estar em toda a parte, qual o lugar ou lugares no Distrito do Porto, onde a sua presença se revela com mais intensidade ou são mais propícios ao encontro com Ele?
Gosto muito da Natureza, do mar e da montanha: nesses ambientes é-me muito fácil o encontro pessoal com Deus… e também nos momentos de celebração, principalmente a Eucaristia, e na oração pessoal da Liturgia das Horas. Gosto de algumas igrejas em silêncio, como a da Senhora do Porto, da Senhora da Boavista e de Campanhã, mas também da Sé, … quando não está invadida por turistas. Entretanto, sinto muito a Presença de Deus quando Ele me impele para determinadas acções, desde a visita a doentes, a grupos de Catequese e mesmo nos encontros com associações culturais e até políticas (“devemos ser as mãos e a boca de Jesus, hoje!”).
8 – Mesmo admitindo que Deus, além de estar em toda a parte, é o inspirador das obras humanas, que obras realizadas pelo homem (templos/edifícios de habitação ou públicos/infraestruturas, como pontes ou outras) sitas no Distrito do Porto, quando livremente contempladas, se aproximam mais dos atributos d`Ele, como sejam a bondade, a beleza, a harmonia e a simplicidade?
Torre dos Clérigos, igreja de Cedofeita, Jardim de Serralves, Ponte de S. João, Passeio da Foz até ao Castelo do Queijo, a marginal do Douro…
8 – Endereço na web/blogosfera para o podermos acompanhar?
Apenas uso correio eletrónico – milheiro.fernando@gmail.com – não tenho tempo para outras coisas!