“UM compromisso sério”. É assim que Pedro Craveiro resume, em poucas palavras, a sua relação com a poesia. O antigo estudante da Faculdade de Letras – onde completou a Licenciatura em Estudos Portugueses e Lusófonos em 2012, e o Mestrado em Estudos Literários Culturais e Interartes em 2014 – é um dos finalistas do prémio de melhor poema português de 2016 no aRi[t]mar, uma iniciativa organizada pela Junta da Galiza e pela Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela que pretende divulgar e promover a poesia e a música editada no último ano na Galiza e em Portugal.
Foi por volta dos 14 anos, altura em que deu de caras com a obra de alguns nomes da literatura portuguesa como António Gedeão ou Mário Cesariny, que começou o seu interesse pela literatura, mais concretamente pela poesia. Em 2015, Craveiro foi o mais jovem entre sete poetas portugueses a integrar o Anuário de Poesia de Autores Não Publicados, uma compilação da Assírio & Alvim que nos anos 80 foi responsável pelo lançamento de alguns nomes da poesia nacional.
O jovem autor português diz basear muito do seu processo de escrita “nas pessoas e no amor”, ele que refere ter como uma das muitas referências literárias o Íon de Platão. É, por isso, nas palavras do próprio, “uma enorme honra por estar ao lado de grandes poetas portugueses” através desta nomeação, em particular quando o reconhecimento provém da Galiza, uma região pela qual tem uma paixão especial e que o levou a visitar por diversas ocasiões.
Depois da sua passagem pela Universidade do Porto, Pedro Craveiro encontra-se atualmente nos Estados Unidos da América, onde tem o cargo de teaching assistant na Universidade de Califórnia, em Santa Barbara, e é estudante do primeiro ano de Doutoramento em Línguas e Literaturas Hispânicas – Especialização em Literaturas Portuguesa e Brasileira.
– Naturalidade?
Porto
– Idade?
27 anos
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Sempre gostei muito de ter estudado na U.Porto. O que mais tenho saudades é, sem dúvida, o ambiente académico que tinha na Faculdade de Letras.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Apesar de me ter cruzado com excelentes professores ao longo do meu percurso académico, acho que o corpo docente deveria ser ainda maior.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Maior investimento nas Humanidades.
– Como prefere passar os tempos livres?
Com um livro e um café.
– Um livro preferido?
Ulisses já não mora aqui do José Miguel Silva.
– Um disco/músico preferido?
Horses de Patti Smith.
– Um prato preferido?
As sardinhas do São João.
– Um filme preferido?
Mommy de Xavier Dolan.
– Uma viagem de sonho?
“Viagem aos Mares do Sul // Nunca lá fui” (Joaquim Namorado).
– Um objetivo de vida?
Nunca chegar atrasado! Para mim, é um enorme objetivo de vida.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
A minha mãe e a minha mãe.
– O projeto da sua vida…
Ter uma editora que me deixasse fazer o que mais gosto: ler poesia, viver no dia-a-dia e ter prazer no que faço.
– Quais as principais diferenças entre o universo académico em Portugal e nos EUA?
São algumas as diferenças entre a academia portuguesa e a estadunidense. A maior delas, neste momento, prende-se, na minha opinião, com os recursos que temos disponíveis para a nossa investigação e trabalho.
Por Daniel Dias publicado in http://noticias.up.pt/