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História breve de Rui Costa (1972-2012)

História breve de Rui Costa (1972-2012)

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[R]UI Costa desapareceu deste mundo quando os seus últimos versos vieram ao mundo. Vida e morte não marcaram hora nem lugar, mas encontraram-se a 5 de janeiro. Ao mesmo tempo que família e amigos estranhavam o pesado silêncio do escritor, as 40 páginas de Breve Ensaio sobre a Potência cortadas e agrafadas pela madrugada numa casa de Lisboa, abraçavam poemas novos. «E assim ensaiamos o livro entre a treva e a luz, o coração despedaçado rasgando novos arquipélagos», lê-se na estrofe final do livro publicado pela Língua Morta, pequena editora de culto, dias antes de se confirmar o falecimento do autor, natural do Porto, aos 39 anos.

Culto era o que havia à volta dele e o reconhecimento ultrapassava já os circuitos marginais, por onde Rui adorava vaguear, qual gato vadio. Agraciado, na estreia, com o Prémio de Poesia Daniel Faria, em 2005, pelo esgotadíssimo A Nuvem Prateada das Pessoas Graves (Quasi), Rui venceria também o Prémio Albufeira de Literatura, em 2007, com o romance A Resistência dos Materiais (Exodus). Publicou ainda O Pequeno-Almoço de Carla Bruni (Palavra Ibérica), As Limitações do Amor são Infinitas (Sombra do Amor) e organizou, em co-autoria, a Primeira Antologia de Micro-Ficção Portuguesa (Exodus). Peças de teatro, traduções, textos dispersos por publicações nacionais e estrangeiras, têm o seu dedo. E haverá meia centena de escritos à espera de ver a luz do dia. Crítica literária e catedrática de literatura, Maria Alzira Seixo releva as suas «ficções poéticas, em que o amor se opõe à tirania, e a sombra de pavor e conivência que cobre a vida é iluminada por figuras de redenção. Numa escrita levíssima, que parece nem ter apoio no papel…». Na Babel, repousa o seu último romance, à espera de publicação. Os Diálogos de Adão e Eva é uma obra «de grande qualidade», reconhece Hugo Mendes, que o leu e aprovou antes de sair da editora em outubro, altura em que vários projetos foram suspensos «por razões financeiras».

Indomável e provocador

Viera a Portugal por altura das últimas festas natalícias. Voltara à sua casa de Gaia, onde noutras épocas a mãe lhe levava as refeições e alinhava a roupa que ele vestia. O regresso coincidiu com um intervalo no doutoramento em Saúde Pública, no Brasil, para onde Rui Costa se mudara há dois anos. Vivia no bairro de Santa Teresa, de forma algo espartana, rodeado de livros e discos, com um colchão no lugar da cama. «Na outra margem do rio maior…um lugar bacana no Rio com pássaros azuis e amarelos», como descreveu à amiga Marta Peneda, que lhe levara, há meses, garrafas de bom vinho português e As Palavras e as Coisas, de Foucault. Juntos, aventuraram-se na Rocinha pela mão de Castelo Branco, do Bando Cultural Favelados. Dançaram ao som de ritmos afro-brasileiros, trocaram experiências e Rui até prometeu juntar escritores de cá e de lá, fundindo talentos e projetos. «Pedimos por sua alma, que esteja em bom plano, e que de lá ele possa continuar nos ajudando», escreveu Castelo Branco, do outro lado do mar.

Licenciado em Direito, Rui Costa abandonara a área jurídica, farto da «sabujice e facadas nas costas» das sociedades de advogados e refractário às molduras e convenções. «A atitude dominante no universo é o conservadorismo e a subserviência», desabafou, numa tertúlia poética na livraria Trama, em Lisboa. Ele era outra farinha, nunca desse saco.

Ao contrário do que ocorrera anteriormente, desta vez Rui não avisou a maioria dos amigos da sua chegada do Brasil. Em anos recentes, passara o réveillon em casa de Rui Lage, poeta com quem mantinha amizade firme e cumplicidades. Agora, mudara até o número de telemóvel. De Espanha, a poetisa Dolors Alberola, desesperou. Integrado num ciclo de leituras poéticas em Jerez de la Fronteira, a 9 de janeiro, Rui Costa não respondia às tentativas de contacto desde 14 de dezembro.

O brasileiro Fred Ferraz teve mais sorte. Ainda jantou com o amigo no Calhambeque, no Porto, poiso de fervuras com sabor a comida de casa. «Acho o universo giro, sobretudo com umas boas sardinhas e um vinho verde muito frio à frente», dizia Rui, num dos seus repentes desconcertantes. Ele e Fred tinham em comum mais do que as guitarras no grupo Mana Calórica, projeto musical liderado por António Pedro Ribeiro, amigo de ambos. «Era um coração espetacular, um criador e um artista do mundo decidido a experimentar todos os tipos de arte. Com ele havia sempre festas e copos, mas neste regresso parecia triste com a vida».

Nada que causasse especial estranheza.

Quem o conhecia habituara-se a vê-lo desaparecer sem deixar rasto. Ora encantado por uma namorada nova – «Gosto de mulheres. Têm problemas no motor de arranque, mas são muito mais surpreendentes do que os homens» – ou entregue à urgência de recolhimento. «Se algum pensamento seu espalhasse a sua sombra à nossa volta, isso era a sua veia criativa a reclamar afastamento e retiro», recorda o amigo, também escritor, Fernando Esteves Pinto, para quem o convívio com o Rui «era uma festa».

Desta vez não foi.

Esteves Pinto prometera-lhe guarida na sua casa de Olhão até abalarem para o encontro poético, em Espanha. Mas a ausência de notícias deu lugar à angústia. Amigos mobilizaram-se nas redes sociais e em contactos pessoais. Soube-se depois que Rui fizera um levantamento num multibanco de Canidelo, em Gaia, na quarta, 4, à noite. Houve quem procurasse o carro numa valeta ou precipício, mas o veículo apareceria estacionado junto ao Edifício Mota Galiza, próximo da ponte da Arrábida, no Porto. Dentro do automóvel, o casaco de couro, o telemóvel e a carteira. O corpo, com as chaves de casa no bolso, foi encontrado mais tarde, na Afurada, onde as águas do Douro se enlaçam no mar. «Tudo me parece possível: um homem esbarra e cai ao rio, um homem é empurrado para um rio, um homem atira-se ao rio, um homem é atirado ao rio…», assinalou o escritor Henrique Bento Fialho no blogue Antologia do Esquecimento. Ali lembrou o amigo que levava o riso a rostos «onde só se vê seriedade, pedantismo e presunção».

«Pôr as coisas fora do lugar»

Era uma alma em desassossego, com «um olhar de infinito». Perfeccionista, «não se contentava com um verso qualquer», assinala Rui Lage, para quem a escrita de Rui Costa revelava «um poeta no sentido herbertiano, difícil, torrencial, metaforicamente rico». Queria, ele o disse, «pôr as coisas fora do lugar». Com a investigadora Margarida Vale de Gato, escreveu Desligar e Voltar a Ligar, peça de teatro levada à cena na Culturgest, «um exemplo do que podemos criar quando não nos acomodamos e recusamos a tolice e a conversa mole».

Noutros tempos, viam-no muito no Piolho, no Pinguim ou no Pucaro´s, o bar de Miragaia onde noites de poesia fizeram história. Valter Hugo Mãe descobriu aí um «homem demasiado inteligente para se ficar pela mediania das coisas», capaz de, «em cada livro, revelar sempre um excecional punhado de versos», recordou no Jornal de Letras.

Tinha momentos de rispidez e ternura. Doce ou intratável, levava o carimbo de arrogante ou provocador, consoante os amores e os humores de quem o ouvia, mas sempre com postura «despretensiosa e desprendida em relação ao seu trabalho como escritor», segundo Rui Manuel Amaral, fundador da revista literária Águas Furtadas e parceiro de almoços no Café Ceuta. «Um ser em contínua luta consigo mesmo, de grande generosidade, mas frágil, como se esse pessimismo às vezes lhe fizesse sombra e o vencesse», refere a poetisa espanhola Pepa Virella, que nele recorda «um grande mundo interior» e um «belo ser humano», preocupado com quem se enfrasca em antidepressivos quando, dizia, «tudo pode ser solucionado com mais diálogo e carinho».

Se algo o tirava do sério, os compadrios e as capelinhas literárias vinham à cabeça. Por isso, de forma desabrida, comprou a maior das suas «guerras», candidatando-se em 2009 à presidência do Pen Clube. Ao seu lado, Nuno Júdice, Rui Lage, Filipa Melo, Isabel Pires de Lima, Fernando Pinto do Amaral, entre outros. «Era franco, sincero, desafiador – e eu aprecio muito a franqueza, odeio delicadezas fingidas», reconhece Maria Alzira Seixo, vogal da lista. «Os votos foram contados duas vezes e a contagem não dava certa», exemplifica para ilustrar um processo ferido irregularidades. «Foi tudo transparente», garante Teresa Salema, que ganhou. «Mesmo com excessos, Rui Costa mexeu com mentalidades», reconhece a atual presidente.

Confiando nisso, Maria Alzira Seixo leu na assembleia-geral do Pen Clube, a 23 de janeiro, uma moção subscrita por ela própria, Vasco Graça Moura e membros da antiga lista. Manifestava-se «pesar pelo desaparecimento de Rui Costa» e «pela sua atividade no Pen». Os termos da moção foram rejeitados e substituídos por um simples voto de pesar. «Só me saem duques!», diria Rui, ao seu estilo, se cá estivesse.

(Publicado na última edição da Visão)

Por Miguel Carvalho, 5 de março de 2012 in http://adevidacomedia.wordpress.com/

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O corpo do poeta e advogado Rui Costa, que tinha sido dado como desaparecido no princípio do mês, foi encontrado terça-feira na foz do rio Douro, na Afurada, Vila Nova de Gaia.

Rui Filipe Morais Aguiar da Costa, 39 anos, tinha uma leitura de poesia marcada para Espanha, nos princípios deste mês, mas não compareceu nem deu qualquer notícia à família.

Fontes policiais assinalaram à agência Lusa que o corpo encontrado na Afurada é o de um homem que caiu ou se terá atirado da ponte da Arrábida no dia 4.

O jovem poeta venceu o prémio de poesia Daniel Faria, com o seu livro “A Nuvem Prateada das Pessoas Graves”, editado em 2005 pela Quasi Edições.

Dois anos depois recebeu o prémio Albufeira de Literatura pelo romance “A Resistência dos Materiais”.

Também no campo da Literatura, “cometeu a proeza” de apresentar uma lista alternativa à direcção do Pen Clube Português em Janeiro de 2009, ao lado dos poetas Rui Lage e Rui Cóias”, contou à Lusa o autor do blog “Da Literatura”, Eduardo Pitta.

Numa entrevista publicada no sítio de internet http://www.pnetliteratura.pt/, Rui Costa defendeu o poder de resistência do livro face ao crescente primado da tecnologia e da mensagem instantânea.

“O livro sólido, com peso de papel manchado de tinta, continuará a ter sentido enquanto usarmos as mãos que ainda temos”, declarou.

Ao seu interesse pela Literatura aliava o gosto pelo Direito, licenciando-se nesta área pela Universidade de Coimbra (1996) e exercendo advocacia durante seis anos, em Lisboa e em Londres.

Destacou-se igualmente na área da Saúde, obtendo um mestrado em Saúde Pública pela Institute of Health Sciences and Public Health-University of Leeds (2004)e dando aulas na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave.

Em 2010, estava a trabalhar numa tese de doutoramento em Ciências da Saúde sobre o discurso e experiências de transformação do sector da saúde em Portugal e no Brasil.

19 de janeiro de 2012 in http://www.jn.pt/

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Rui Costa nasceu no Porto em 1972. Estudou Direito em Coimbra e foi advogado durante seis anos, em Lisboa e Londres. Concluiu um mestrado em Saúde Pública em Leeds, Inglaterra. Actualmente é professor na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave.

Em 2005 publicou A Nuvem Prateada das Pessoas Graves (Quasi Edições), livro vencedor do Prémio de Poesia Daniel Faria.

Em 2007 recebeu, pelo romance A Resistência dos Materiais, o Prémio Albufeira de Literatura.

Co-organizou a Primeira Antologia de Micro-ficção Portuguesa (Exodus, 2008).

Participou em diversas publicações, nomeadamente: Poema Poema -Antologia de Poesia Portuguesa Actual (U.Stabile, Huelva, 2006); A Sophia – Homenagem a Sophia de Mello Breyner Andresen (Caminho, 2007); Um Poema para Fiama (Labirinto, 2007); Sulscrito – Revista de Literatura; Revista Big Ode.

Publicou recentemente O Pequeno-almoço de Carla Bruni, 2009. in http://nescritas.com/

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«Gostava que os poetas fossem menos vaidosos e menos preconceituosos»

Aos 33 anos, este portuense publica o seu primeiro livro de poemas. Antes, estudou Direito em Coimbra, foi advogado em Lisboa e em Londres e terminou recentemente um mestrado em Saúde Pública, em Leeds, na Inglaterra. Diz que gostava de trabalhar em África, mas para já o seu futuro enquanto escritor passa por Portugal. Rui Costa, vencedor do Prémio Daniel Faria, falou ao MUITA LETRA sobre A Nuvem Prateada das Pessoas Graves, seu livro de estreia, da poesia e do panorama poético nacional.

«Perfeição? Não, obrigado»

A Nuvem Prateada das Pessoas Graves vai ser lançado em Maio. Apresente-nos o livro.

É um livro feito entre emoção e pensamento. Esse estado de energia que podemos designar por emoção é o impulso inicial do poema. Mas o poema não se faz com a “grande” emoção ou o sentimento “nobre”, faz-se com trabalho de linguagem. Isto implica um distanciamento em relação ao vivido, e aqui intervém a inteligência: a busca das palavras é uma re-(a)presentação do que motivou o que se tenta escrever. E quando o poema está acabado, e se for um bom poema, estará para além do ponto de partida e para além do próprio poeta.

Foi um livro lento, que espero possa ser lido devagar e muitas vezes. Gostava que dois versos do livro ficassem na memória do leitor.

Este é um livro conceptual ou cada poema conta a sua história, vale por si mesmo?

O livro é conceptual na medida em que representa (imperfeitamente) aquilo que eu tento fazer com a poesia (e com a vida). O poema “Faca de incêndio”, constituído por onze fragmentos, talvez seja um bom exemplo da integração que eu procuro fazer da tradição lírica (tradição mais ou menos no sentido que Eliot lhe dá, como o que já foi feito e nós vamos transformar) com uma escrita mais porosa e aberta que surge num contexto de pós-modernidade. Refiro-me à pós-modernidade sobretudo enquanto crítica construtiva da modernidade, mas não há uma distinção clara. Aliás, o próprio modernismo (estou a usar indistintamente “modernismo” e “modernidade”, embora não sejam coincidentes) tem pelo menos duas vertentes: uma, em que o eu aparece sempre como outro, em contínua vertigem (Rimbaud); outra, herdeira da separação de mundos platónica e do racionalismo cartesiano, com a sua crença na possibilidade de explicar e sistematizar o universo e de atingir o progresso pelo uso iluminado da razão. Esta segunda vertente origina uma visão dualista do mundo (razão/emoção, corpo/espírito, humano/animal, homem/mulher, etc.) que privilegia sempre um dos pólos em detrimento do outro e representa, como se perceberá, a exclusão de uma grande parte do que existe do campo da arte (incluindo a literatura) e do campo da vida. Exemplificando, os arautos desta segunda vertente modernista são os que, lamentavelmente, ainda hoje nos falam de “afinação da voz poética”, de “identidade do sujeito” ou de “coerência”, como se o bom poeta fosse a Personalidade Suprema que se eleva da escuridão para revelar a luz (e esta luz fosse sempre brilhante e todos os dias igualmente bem-disposta- ou melancólica). Para terminar: coerência, mas só a que resulta da qualidade e exigência; afinação, mas sem excluir a desafinação (e ritmo sem arritmia não é ritmo, ao menos como eu o entendo); perfeição? não, obrigado. Não somos um céu azul.

«O prémio não substitui a apreciação do leitor»

Vencer o Prémio Daniel Faria abriu-lhe as portas de uma editora. Para além do prestígio, o galardão tem para si um valor simbólico, afectivo? É admirador da obra de Daniel Faria?

O Daniel Faria era um poeta com muito, muito talento. O facto de o meu pensamento ser diferente do dele (por exemplo, não me considero uma pessoa religiosa) não me impede, felizmente, de apreciar a enorme qualidade da sua obra poética.

Depois de se saber que o Rui era o vencedor do prémio, abriram-se-lhe outras portas?

Espero que todas as portas vão dar a leitores do livro. Esse seria o verdadeiro prémio.

A poesia é um dos géneros literários mais prolíferos em Portugal. Todos os anos há centenas de novos autores a serem lançadas no mercado. Como espera que o seu livro vingue? O galardão pode fazer a diferença na visibilidade do seu livro?

O prémio, embora dê maior visibilidade, não substitui a apreciação individual de cada leitor.

O que está a fazer a sua editora no sentido de promover o seu livro?

A reputação da editora é um dos elementos na origem da instituição deste prémio de poesia e da atenção que a atribuição do prémio recebeu por parte de alguns jornais e blogs. Se a Quasi Edições continuar a apostar na qualidade daquilo que publica, já estará a fazer muito pelo meu livro. Acredito que a distribuição do livro vá ser boa e que ele possa chegar às pessoas.

«Gostava que os poetas fossem menos vaidosos e menos preconceituosos»

Tem uma definição de poesia?

Nem as sardinhas se definem. Sobretudo, não pertenço a nenhuma “escola”. Seja mais metafórica ou mais “da experiência”, o que deve importar é a qualidade (que também não se define). Mas digo ainda: gostava que houvesse menos vaidade entre os poetas. Mais capacidade de gostar das coisas que os outros fazem, ainda que “diferentes”. Os preconceitos tendem a vir de pessoas incapazes de vibrar fora do bafo da sua própria respiração.

Quais os seus projectos para o futuro? Tem material na gaveta para outro livro de poemas? Pensa aventurar-se noutros géneros literários?

Gostava de poder dedicar mais tempo à escrita. À poesia, e também à prosa.

De Portugal, diz-se que é um país de poetas. Parece que é verdade, a julgar pela variedade e quantidade de publicações. Pensa que esse é um fenómeno benéfico à poesia e à sua qualidade ou, pelo contrário, faz com que os trabalhos de qualidade se percam na “maré” dos trabalhos maus?

A escassez não é garantia de qualidade assim como a abundância não é sinónimo de falta dela. O mais benéfico para a poesia seria que se perdessem certos preconceitos que ainda a ligam a um formalismo e temática rígidos e afastados da condição de liberdade em movimento que ela pode ter (se nós fizermos por isso).

Quem são os seus autores de referência?

Tento ler um pouco de tudo. Nas últimas semanas li bastante à volta de pintura (incluindo um excelente livro de John McEwen sobra a Paula Rego, publicado pela Phaidon).

Por Andreia C. Faria abril 14, 2005 10:33 AM in http://www.icicom.up.pt/blog/muitaletra/

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1 COMENTÁRIO

  1. Es cierto,como comenta Miguel Carvalho”As àguas nao levaram o poeta,nem o misterio.Nem as palavras”.
    Rui se nos queda en el corazón, en las cosas y gestos cotidianos, con la nostalgia de su ausencia personal, de todo lo que aún quedaba por hacer,de lo que no dijimos…
    Un beso donde estés amigo,poeta,hermoso ser humano.

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