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Atirávamos pedras
com milhões de anos
uns aos outros
às vezes sucedia acertar
e feríamos a inocência

Em tardes de paz
e aventuras
íamos ao Fojo das Pombas
colher morcegos
maduros de sono

Sobrava ainda tempo
para trepar muros
desprender lousas rebeldes
que no chão se abriam
em enigmáticos sorrisos
e libertavam bichos
presos à eternidade

Paulo Moreira Lopes in Como comer um dióspiro, Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP), 2022, página 5

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