Peixe tão definido
na praia,
não relâmpago de prata:
folha de navalha
tirada da pança do mar,
do recesso que a alimentava,
lâmina boquiaberta
áscua tresmalhada.
Peixe sem solução,
máquina a parar,
circular e vítrea aflição
a olhar.
in Poesias completas & dispersos [Feira cabisbaixa], Assírio & Alvim, março 2017, página 245