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Mel por Fiona Wright

Mel por Fiona Wright

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Trago um vestido curto
e fino, e o espaço
entre prédios e céu faz-se mel.
A rua fica mais estreita – isto,
a hora melaçada do dia
quando os cães entornam a língua
debaixo de hidrângeas murchas
e sucede um descalabro populacional. Os contornos
nítidos dos prédios, aliando
as passadeiras a cabines telefónicas avariadas,
o horizonte montanhoso
até à auto-estrada que estremece por perto.

in Uma só carne com a noite, traduções e versões de poesia de Vasco Gato, Língua Morta & Livraria Flâneur, 2024

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