Meng Chiang-Nu amava Fan-Chi, seu marido.
Para construir a Muralha o Imperador o quis,
para construir a Muralha que, de leste a oeste,
protege o Imperador do inimigo.
Nos montes do Norte Fan-Chi pereceu.
Seu corpo ficou sepultado no muro espesso.
Meng Chiang-Nu, banhada em pranto, caminhou léguas,
léguas e léguas em busca do marido.
Perante a grande muralha, exclamou: “Ó Deuses,
restituí-me Fan-Chi, o meu bem mais querido!”
Tantas e tantas lágrimas chorou
que a grande muralha se abriu por fim.
Anónimo (sec: VIII), traduzido por António Ramos Rosa in Quinhentos poemas chineses, Nova Vega, 2014, página 181, com uns acertos de PML