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Mensagem achada num atendedor de chamadas por Juan Bonilla

Mensagem achada num atendedor de chamadas por Juan Bonilla

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Maldito sejas até que a terra suba até mim bruscamente e me emudeça.

Que não encontres nunca enquanto eu viva o caminho que realize os teus desejos.

Que a insónia te incendeie todas as noites e não saibas qual a culpa que te consome.

Que em dias de dor não marques número em que encontres a voz que te console.

Que a amargura estenda um pelotão de nuvens sobre o céu da tua boca.

Gosto de ti até ao rancor. Como poderei viver sem ti sabendo-te no mundo

in Poesia Espanhola de Agora, vol. II, tradução de Joaquim Manuel Magalhães, Relógio d’Água, janeiro 1997, página 875

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