Maldito sejas até que a terra suba até mim bruscamente e me emudeça.
Que não encontres nunca enquanto eu viva o caminho que realize os teus desejos.
Que a insónia te incendeie todas as noites e não saibas qual a culpa que te consome.
Que em dias de dor não marques número em que encontres a voz que te console.
Que a amargura estenda um pelotão de nuvens sobre o céu da tua boca.
Gosto de ti até ao rancor. Como poderei viver sem ti sabendo-te no mundo
in Poesia Espanhola de Agora, vol. II, tradução de Joaquim Manuel Magalhães, Relógio d’Água, janeiro 1997, página 875