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Moldura vazia por Charles Simic

Moldura vazia por Charles Simic

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Encontro-te em toda a parte empenhado em emoldurar
uma pequena porção da Sua grandeza,
o que significa, suponho, muito céu
sem nuvens e de variados tons de azul,
sobre o antigo cemitério, por exemplo,
ou sobre a nova lixeira da cidade
com um campo e três espantalhos por detrás.

Um deles pode ser aquele monge alemão, Eckhart,
a perguntar: “Se alguém procurar por nada,
que direito tem de reclamar se não encontrar nada?”
É verdade. Nem sequer havia um único melro
a vigiar o milho verde,
então elevamos a moldura um pouco mais alto
até onde o silêncio diz tudo.

tradução de PML

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