Nunca tive nada
e agora tenho menos.
Cada vez menos.
Subtracções de nada
que vão deixando nada nos meus bolsos,
nas minhas gavetas, na minha avara memória.
Acumulo o tesouro
que nada vale para os outros.
Cruzo os dedos para que dure a quotidiana possibilidade
de dar-te o beijo das boas noites
e o dos bons dias.
tradução de Jorge Sousa Braga