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Porto visto por Roberto Keppler

Porto visto por Roberto Keppler

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ROBERTO Keppler vive em São Paulo, de onde é natural, tem dupla cidadania: brasileira e italiana (da parte da mãe). Resolveu ser artista ao reconhecer a linguagem das artes na pintura, na escultura, além de escrever desde criança. Por cá ter estado em passeio, quando se fala do Porto lembra-se imediatamente dos Maus Hábitos, de uma loja de bandeiras  ( na Rua de Cimo de Vila nº 7) perto do rio Douro, do Café Majestic e das gaivotas…. “o envio de postais não é bem uma mania… está mais para uma compulsão, sendo ainda um ótimo veículo para a expressão da Poesia Visual,” que professa.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

06/12/ 1951 São Paulo, SP Brasil = Cidadania Italiana.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Alameda Franca, 1496 apto 14 – Jardim Paulista São Paulo SP.

3 – Em que outros locais viveu de modo permanente?

Rua Dr Diogo de Faria 159 Vila Mariana, São Paulo.

4 – Habilitações literárias?

Vários cursos.

5 – Atividade profissional?

Engenheiro Civil.

6 – Em que medida o local onde nasceu e viveu ou vive, influenciou ou influencia a sua vida artística?[1]

..creio que foi influência de minha mãe, nascida em Trieste  Itália, cujo pai era formado em arquitetura em Milão.

…estudei em escola ao lado do Museu Lasar Segall, onde resolvi ser artista ao reconhecer a linguagem da pintura, da escultura.

Fora isso, escrevia desde criança…

7 – Quando pensa na cidade do Porto lembra-se imediatamente de quê?

…Maus Hábitos, uma loja de bandeiras perto do rio… Café Majestic… as gaivotas…

8 – Já visitou o Porto? Em caso afirmativo, por que motivo e qual a ideia com que ficou da cidade e da região?

…sim… gostei muito… a passeio… faz parte dos nossos sonhos a forma como a cidade sente o tempo…

Literatura postal

9 – Tem a mania dos postais? Em caso afirmativo como explica essa apetência por uma literatura tão sucinta e tão efémera?

…não é bem uma mania… está mais para uma compulsão…a literatura sucinta é uma veia por onde corre a expressão, não temos mais tempo para longos romances, epopéias, a mensagem tem que ser rápida, a vida é breve… não veremos tudo que queremos conhecer… alguns nunca verão mais que o próprio entorno… grãos de areia fazem a praia…

10 – Sente mais prazer em comprar, escrever e enviar o postal, em saber que foi recebido por outro ou em receber postais de outros?

…de toda forma… como sente a flecha? como sente o arqueiro? qual a vertigem do náufrago se não enviar uma garrafa ao mar?

11 – Tendo em conta a popularidade da correspondência postal, será que podemos falar de uma literatura postal, quem sabe como uma derivação dos contos ou microcontos?

…não necessariamente… creio que a arte postal é um ótimo veículo para a Poesia Visual… todo texto que escrevo é para uma leitura visual de uma mensagem…

12 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?

…não tenho site (ainda !)…só meu nome no Google…

[1] NOTA: a pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, de que o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influenciam as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.

§

roberto_keppler_frente-hp_2016_2

Direito por Roberto Keppler para a I Convocatória de Histórias em Postais.

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