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Porto visto por Barbara Zocal

Porto visto por Barbara Zocal

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BARBARA ZOCAL nasceu em São José do Rio Preto, no noroeste do Estado de São Paulo, no Brasil. Entretanto esteve em Santiago de Compostela e regressou de novo a S. Paulo. Acredita que o ato de criação está muito relacionado com as experiências que vivenciamos e observamos, e sentir o lugar faz parte delas. Diz que quem compra um postal e escreve nele, estimula a criatividade ao inserir uma nova arte na arte e proporcionar um olhar artístico ao destinatário. Quanto ao Porto, é perentória: é uma cidade belíssima, muito receptiva e agradável para fazer caminhadas a pé.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

13/05/1989, no dia em que nós brasileiros comemoramos a abolição da escravatura. Nasci em São José do Rio Preto, no noroeste do Estado de São Paulo, no Brasil.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Bairro Vila Mariana, na cidade de São Paulo, Brasil.

3 – Em que outros locais viveu de modo permanente?

Vivi durante toda minha infância e adolescência em Mirassol, no interior do Estado de São Paulo, uma cidade de 60 mil habitantes. Enquanto cursava faculdade, também no interior, fiz um intercâmbio para a Espanha em 2010 e morei por seis meses em Santiago de Compostela, pertinho de Portugal. Em 2012, eu me mudei para a capital São Paulo para continuar meus estudos e trabalhos e estou por lá até hoje. Em São Paulo, eu mudei de casa algumas vezes e tive a experiência de morar nos bairros centrais Brás, Santa Cecília e República.

4 – Habilitações literárias?

Fiz graduação em Letras-Tradução Português < > Espanhol e faço doutorado em Letras na Universidade de São Paulo, pesquisando sobre as traduções de histórias em quadrinhos (como chamamos as bandas desenhadas) latino-americanas. Sempre gostei de ler contos e há dois anos tenho me dedicado também à escrita criativa deles e de fanzines.

5 – Atividade profissional?

Tradutora de espanhol, pesquisadora de Tradução e Estudos Culturais, na Universidade de São Paulo, revisora e escritora.

6 – Em que medida o local onde nasceu e viveu ou vive, influenciou ou influencia a sua vida artística?

Eu acredito que o ato de criação está muito relacionado às experiências que vivenciamos e observamos, e sentir o lugar faz parte delas. Nos meus contos, o ritmo e a escolha das palavras ainda recuperam a fase em que eu vivia no interior; os causos que eu ouvia e o jeito que minha avó Izolina (vivinha e com 97 anos) usava as palavras me inspiram. Já os últimos anos na capital me influenciaram nos temas. O próprio desejo de explorar a violência contra as mulheres na literatura está relacionado a esse lugar tão cosmopolita e diverso.

7 – Quando pensa na cidade do Porto lembra-se imediatamente de quê?

De saudade.

8 – Já visitou o Porto? Em caso afirmativo, por que motivo e qual a ideia com que ficou da cidade e da região?

Sim. A fase em que morei na Galícia, Espanha, foi singular e Porto faz parte dela. É uma cidade belíssima, muito receptiva e agradável para fazer caminhadas a pé.

Literatura postal

9 – Tem a mania dos postais? Em caso afirmativo como explica essa apetência por uma literatura tão sucinta e tão efémera?

Há uns anos eu coleciono postais. Procuro comprar aqueles cuja arte caracteriza a cidade para mim. Além de gostar da forma sucinta deles, de como o limite do verso do postal é o limite do essencial.

10 – Sente mais prazer em comprar, escrever e enviar o postal, em saber que foi recebido por outro ou em receber postais de outros?

Eu sempre senti mais prazer em comprar postais do que em enviá-los. Mas essa experiência recente de enviar o postal brincou com as minhas expectativas. Gostei de senti-la e espero cultivar o hábito.

11 – Tendo em conta a popularidade da correspondência postal, será que podemos falar de uma literatura postal, quem sabe como uma derivação dos contos ou microcontos?

Com certeza. É uma literatura abrangente, que atravessa territórios e faz desses territórios parte da cena, como personagens também. São infinitas as possibilidades criativas que envolvem a feitura do postal, como, por exemplo, os postais de banda desenhada da Série Postal, de Ramon Vitral. Eu mesma quis explorar o recorte de jornais, inspirada nas obras de Jorge Macchi, trazendo à tona a atualidade, os estereótipos e a naturalização da violência pela mídia.

Além disso, quem compra um postal e escreve nele, estimula a criatividade ao inserir uma nova arte na arte e proporcionar um olhar artístico ao destinatário.

12 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?

Meus trabalhos podem ser vistos no site www.barbarazocal.com (em desenvolvimento), no https://www.facebook.com/barbarazocaldasilva , e no meu blog antigo http://barbarieinstaurada.blogspot.com.br/

Um dos meus contos, intitulado Magda, está publicado na Revista Sesc São Paulo http://www.sescsp.org.br/online/
artigo/10119_MULHERES+PROTAGONISTAS+
DE+SUAS+PROPRIAS+HISTORIAS#Magda

A eterna descoberta por Barbarta Zocal para a I Convocatória de Histórias em Postais.

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