HILA Rodrigues vive, atualmente, em trânsito entre as cidades de Mariana e Belo Horizonte, terra natal. É jornalista, professora, pesquisadora e escritora. O sítios por onde tem morado, cada um à sua maneira, acabaram por condicionar a sua forma de ver o mundo e, em consequência, o seu trabalho literário. Os postais sempre a encantaram. Vê neles a possibilidade de guardar lugares dentro de si, diz. A literatura postal, em seu entender, abre um caminho harmonioso para que possamos contar fragmentos de histórias. Quando pensa no Porto lembra-se do vinho e de memórias.
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
4 de janeiro de 1967, Belo Horizonte (Minas Gerais – Brasil).
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Belo Horizonte.
3 – Em que outros locais viveu de modo permanente?
Mariana e Ouro Preto – Minas Gerais. Estou sempre em trânsito: fico 4 dias em Mariana (que é bastante próxima de Ouro Preto) e 3 dias em Belo Horizonte. Depois que fui nomeada professora da Universidade Federal de Ouro Preto, instalei-me em minha segunda casa, que é no bairro do Rosário, em Mariana.
4 – Habilitações literárias/formação académica?
Jornalista, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, e doutora em Ciências Sociais pela mesma instituição. Atualmente, professora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.
5 – Atividade profissional?
Jornalista, professora, pesquisadora e escritora.
6 – Em que medida o local onde nasceu e viveu ou vive, influenciou ou influencia a sua vida artística?[1]
Penso que Belo Horizonte, suas montanhas e estradas curvas, transformaram-me em alguém que gosta de cheirar as manhãs e escrever histórias de pessoas e cidades. Já Mariana e Ouro Preto, minha segunda morada, ensinaram-me a apreciar os trabalhos de memória, aumentando em mim a curiosidade e o apreço pela história dos homens e dos lugares que ele constrói.
7 – Quando pensa na cidade do Porto lembra-se imediatamente de quê?
Vinho e memórias.
8 – Já visitou o Porto? Em caso afirmativo, por que motivo e qual a ideia com que ficou da cidade e da região?
Não.
Literatura postal
9 – Tem a mania dos postais? Em caso afirmativo como explica essa apetência por uma literatura tão sucinta e tão efémera?
Postais sempre me encantaram. Vejo neles a possibilidade de guardar lugares dentro de mim.
10 – Sente mais prazer em comprar, escrever e enviar o postal, em saber que foi recebido por outro ou em receber postais de outros?
Escrever e saber que foi recebido pelo outro.
11 – Tendo em conta a popularidade da correspondência postal, será que podemos falar de uma literatura postal, quem sabe como uma derivação dos contos ou microcontos?
Sem dúvida. A meu ver, o postal abre um caminho harmonioso para que possamos contar fragmentos de histórias, explorando palavras e imagens que viajarão no espaço – e também no tempo.
12 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?
https://www.facebook.com/ColetivoOGrito/
https://twitter.com/hilarodrigues
[1] NOTA: a pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, de que o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influenciam as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.
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(R)existir por Hila Rorigues para a I Convocatória de Histórias em Postais.