SOLANGE Firmino ainda não viveu noutra terra que não o Rio de Janeiro, Brasil. É professora licenciada em Língua Portuguesa e Literatura. Os seus escritos não são tão otimistas como gostaria que fossem: são o reflexo da crise que o país vive nos últimos anos. Nunca esteve em Portugal, mas imagina um lugar de queijos e vinhos. Já teve a mania dos postais e desejava ter recebido mais do que aqueles que recebeu. Acha que as Histórias em Postais são uma boa forma de recuperar a literatura postal…
Por Paulo Moreira Lopes
1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
05/02/1972, Duque de Caxias – Rio de Janeiro – Brasil.
2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Glória – Rio de Janeiro – Brasil.
3 – Em que outros locais viveu de modo permanente?
Somente Rio de Janeiro.
4 – Habilitações literárias?
Graduada em letras pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura.
5 – Atividade profissional?
Professora aposentada pelas redes Estadual e Municipal, trabalhei com Sala de Leitura, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Escrevi durante seis anos a coluna “Mito em Contexto”, no portal cultural Blocos online. Participei de publicações de contos e poemas desde a década de 90. Meu livro Fragmentos da Insônia foi lançado em junho de 2016 pela editora Benfazeja. Recentemente ganhei o prêmio do Governo do Pará (Brasil) com o livro Alguns haicais e mínimos poemas, a ser editado em 2017.
6 – Em que medida o local onde nasceu e viveu ou vive, influenciou ou influencia a sua vida artística?[1]
Meus escritos não são tão otimistas quanto eu gostaria que fossem, talvez porque o Brasil tem vivido em crise constante nos últimos anos. Não costumo escrever sobre o amor, mas meus poemas não são tão racionais, têm muitos traços de mitologia grega. Minha poesia é introspectiva, mas livre.
7 – Quando pensa na cidade do Porto lembra-se imediatamente de quê?
Queijos e vinhos.
8 – Já visitou o Porto? Em caso afirmativo, por que motivo e qual a ideia com que ficou da cidade e da região?
Nunca fui a Portugal.
Literatura postal
9 – Tem a mania dos postais? Em caso afirmativo como explica essa apetência por uma literatura tão sucinta e tão efémera?
Sim, já tive mania dos postais. Tenho dezenas guardados de lugares que fui. Quando viajava, sempre levava endereço de amigos para postar de onde estivesse. Pena que atualmente só costumamos postar fotos de viagem no Instagram, Facebook ou outra rede social.
Eu acho o postal algo mais íntimo, só aquela pessoa para quem você enviou vai receber.
10 – Sente mais prazer em comprar, escrever e enviar o postal, em saber que foi recebido por outro ou em receber postais de outros?
Como eu disse anteriormente, costumava enviar postais. Enviei muitos até agora, mas recebi poucos. Eu gostaria muito de ter recebido mais. Os que recebi, tenho guardados até hoje.
11 – Tendo em conta a popularidade da correspondência postal, será que podemos falar de uma literatura postal, quem sabe como uma derivação dos contos ou microcontos?
Acho que precisamos recuperar a literatura postal…
12 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?
[1] NOTA: a pergunta pressupõe a defesa da teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois seguida em Portugal por Orlando Ribeiro, de que o meio (paisagem, rios, montanhas, planície, cidade e, acrescentamos nós, linguagem, sotaque, festividades, religião, história) influenciam (quem sabe se em alguns casos determinam?) as opções profissionais e artísticas dos naturais desse lugar.
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Olá meu querido! por Solange Firmino para a I Convocatória de Histórias em Postais.