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Sequela das nuvens de Mark Strand

Sequela das nuvens de Mark Strand

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90. O que se vê sobre a cabeça do poeta não é uma auréola é uma nuvem

91. Onde quer que o poeta vá há sempre uma nuvem à sua espera

92. Mesmo no meio do deserto existe uma nuvem para fazer sombra ao poeta

93. As nuvens fazem fila para serem a musa do poeta

94. Não admira que a maioria das nuvens flutue com a cabeça no poeta

95. É por isso que o poeta quando sai à rua é perseguido pelas nuvens, parece a Maria dos Gatos perseguida pelas gaivotas quando vai à Rua do Barão de Nova Sintra dar de comer aos felinos

96. Como forma de agradar ao poeta as nuvens espremem-se todas para lhe regar o jardim

97. E em dias de chuva molham toda a gente menos o poeta

98. As nuvens falam com o poeta por gestos e sussurros

99. Quando o poeta se enfurece com uma nuvem logo essa nuvem se desvanece

100. Não há nuvens preferidas para o poeta apenas nuvens

101. Nuvens nuvens nuvens quando basta uma nuvem para inspirar o poeta

PML

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