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Sol de chuva por Nicolás Guillén

Sol de chuva por Nicolás Guillén

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Depois da chuva, o sol entreabre um olho
e fica olhando a paisagem:
o sol está bêbado
estendido no meio da rua.

O cão que passa lambe-lhe a cara;
o polícia arrasta-o em vão,
e as galinhas, esgravatando
na terra, enchem-no de lama.

Por fim, levanta-se
e, sacudindo-se sem pressa,
perante a expectativa dos garotos,
dobra a esquina.

por Nicolás Guillén in Antologia poética, selecção, tradução e notas de Albano Martins, Campo das Letras, novembro de 2002, página 18

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