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Victor Viana em Manila

Victor Viana em Manila

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“E O seu destino é Jacarta, capital da Indonésia”. Terá sido essa uma das frases mais marcantes da minha vida e que para sempre marcará a minha vida pessoal e profissional. A alegria, essa foi enorme quando na edição de 2010 do Inov Contacto me foi anunciado esse destino. Quando me candidatei a esse programa, o meu receio era o que para muitos era a situação ideal: ficar na Europa. Eu queria ter a oportunidade de viver num continente novo que me colocasse à prova e que me desse a possibilidade de descobrir algo completamente diferente. Nada melhor então que o continente asiático.

Esse mesmo continente asiático que proporciona incríveis oportunidades e com o qual Portugal tem laços históricos que ainda hoje persistem intrínsecos na sua cultura, língua e religião: Malaca na Malásia, a ilha das Flores na Indonésia, Goa na India são apenas alguns desses exemplos.

A Indonésia, terceira maior ilha, com a maior democracia mundial população muçulmana do mundo e com aproximadamente das 18000 ilhas (maior arquipélago do mundo) revelou-se um desafio fantástico. Com uma economia em rápida expansão, a possibilidade de ficar à frente da Agência de Comercio Externo Português e de exercer o cargo de Conselheiro Comercial da Embaixada de Portugal deu-me a oportunidade e a responsabilidade de representar Portugal ao mais alto nível com este gigante asiático.

Dezanove meses de experiências, aventuras incríveis e uma aprendizagem brutal. A adaptação, perguntam-me? Simples: mente aberta, ausência de preconceitos e predisposição para aprender integrar-me numa nova cultura, língua e geografia foram essenciais e levaram-me a apaixonar por este país caracterizado pelas suas maravilhosas paisagens naturais, praias e pessoas.

Decidi então aceitar uma nova experiencia profissional em Amesterdão. Com mais de 100 quilómetros de canais e 1500 pontes, Amesterdão fez jus à sua fama de cidade onde tudo é possível exceto ficar-se aborrecido, os seus museus, diversão noturna e multiculturalidade o garantem. Mas há algo aborrecido na Holanda: o rigoroso inverno que me fazia chegar sempre atrasado por não ter coragem de sair do duche e enfrentar as suas temperaturas negativas logo pela manhã.

As saudades do continente asiático começavam então a apertar e mais cedo do que o expectável tomei uma decisão: tenho que regressar à Asia.

A Indonésia não foi o destino desta vez mas sim Singapura. O contraste total. A Jacarta, metrópole de aproximadamente 19 milhões de habitantes e com um trânsito incrivelmente caótico sucede-se a magnifica organização de Singapura. Ao simpático povo Indonésia sucede-se a frieza do povo Singapurense. A economia em desenvolvimento sucede-se um dos países mais desenvolvidos do mundo. Dito isto, deduzimos que se a Indonésia foi uma experiencia fantástica, Singapura iria ser a “atracão fatal” e o país no qual me estabeleceria por largos anos. Puro engano.

Estaria a mentir se não admitir a minha admiração pelo capacidade organizativa e poderio económico deste país cujas limitações geográficas e de recursos naturais não servem de desculpa (atente-se Portugal) e que se tornou numa das maiores historias de sucesso económico. Todavia, a minha personalidade sente uma certa atração e paixão pelo caos, criatividade e improviso, características longe de corresponderem a Singapura.

Um e-mail das Filipinas, e três entrevistas depois, parto então para a aventura neste arquipélago (parece que sinto uma certa atração por ilhas) descoberto por Fernão de Magalhães. Antiga colonia espanhola, comprada pelos Estados Unidos, as Filipinas são um tesouro escondido. Com uma das maiores taxas de crescimento económico mundial, as Filipinas tem algumas das mais incríveis ilhas do mundo, uma capital Manila que se começa afirmar como uma das cidades mais vibrantes do Sudeste Asiático e encarnam uma das principais histórias de sucesso político e económico na última década.

Por aqui me encontro desde Outubro de 2012 e certamente por aqui ficarei por mais alguns anos, aproveitando um contexto económico e profissional extremamente favorável em que vivo com a minha namorada de ascendência belga e do Laos (encantador país que recomendo vivamente visitarem).

Será fácil de deduzir pelas minhas palavras e experiências que o Sudeste Asiático são de momento a minha paixão. Mas será importante realçar que esta região oferece bem mais do que oportunidades turísticas. Oferece economias pujantes, oportunidades profissionais incríveis e um potencial de crescimento profissional e pessoal que e difícil encontrar noutras regiões do globo.

As saudades da família, da nossa gastronomia e futebol claro que permanecem fortes. Não pensem que é fácil acordar às 4 da manhã para ver o FC Porto ou mesmo Portugal jogar em fases finais de Europeus e Mundiais. Todavia, a ambição de descobrir, evoluir e aprender algo novo diariamente são mais fortes.

Não será algo necessariamente novo mas serei incapaz de me despedir sem partilhar a ideia de que se a ida para um novo país poderá inicialmente parecer um enorme risco, poderá igualmente transformar-se numa oportunidade de inegável valor profissional e pessoal.

Um Abraço 🙂

Por Victor Viana publicado no Notícias da Maia

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