Era índia, bonita, guerreira, diziam. Mas agora dormia
acorrentada em sua forma de floresta. Lá estava ela. Ao
pôr do sol era o quando do colorido entornar em sua silhueta.
Clarificava toda, crepúsculo. De lado olhava o céu, azul, forte.
Entre seu seios nasceu a lua, uma gota se vista de
longe. Alguns até quiseram. Foram perto para beber, mas na
verdade, era redonda e parecia ter gosto de queijo – disseram
depois os brancos. Lusco-fusco, segredava iluminando o que não
se vê.
Desde eternizada vive ali, deitada. Pessoas deram de
fazer morada em seu corpo. O mar morno torna cantar com
murmúrio das ondas nos cabelos crespos dela.
A verdade eu não sei, assim a história chegou até mim.
Por Simone André, que vive em Niteroi, Rio de janeiro, Brasil.