Metáfora da moderna sociedade de consumo
Grafite na parede da Rua da Firmeza, Porto, Portugal →
NOTA DO EDITOR: quando iniciamos esta publicação fizemos constar a seguinte advertência: Grafite Tendo em conta que desfeiam as cidades, não se promove nem se divulga imagens relativas a grafites ou aos seus autores.
Pois é… o grafite agora exibido não integra aquela categoria (desfeiam as cidades), mais própria do vandalismo. Achamos que é possível conciliar a legalidade das ações dos artistas e a sua compatibilização com a propriedade privada (ninguém pode ser forçado a ver os seus muros devassados), desde que estejamos perante edificado degradado e a obra contenha uma mensagem que não assente no exibicionismo, dito de outro modo, contenha um mínimo de arte na forma e finalidade.
É importante salientar que somos contra a sacralização dos grafites e seus autores, isto é, o grafite é uma arte efémera e por isso está sujeita à sua eliminação pelas autoridades e por outros artistas. Era o que mais faltava agora elevar as obras e os artistas à categoria de estrelas, que o próprio movimento grafite tanto repudia. Por isso, duvidamos da institucionalização do grafite, a que devemos designar pintura de mural. O grafite é uma arte precária e assim deve continuar a ser.
Melhor seria que as cidades reservassem espaços para o grafite, mas que seriam depois apagados.
Em resumo: o grafite é uma arte efémera sobre edificado degradado, sendo legítimo às autoridades e a outros artistas apagarem-no, para bem de todos.