SÃO já as cores de Outono a ornamentar um rio, girândolas de folhas multicores que a brisa faz estremecer.
Sobram neblinas matinais na paisagem, fuligens que impedem a visão do horizonte dos beijos.
Por entre o ribombar de trovões que espalham ecos medonhos por todo o rio, as primeiras chuvas de Setembro anunciam a ruina dos dias felizes.
Procuro-te nos olhos da tarde, nas melodias que dançava-mos juntos neste palco de múltiplas emoções e nas ramagens das árvores que ainda se lembram de ti.
O amor dá os últimos suspiros sob a palidez de um sol moribundo. Talvez renasça das próprias cinzas como Fénix, a ave lendária que se auto-imolava para renascer num outro tempo, e aconteça em ti e em mim, a perpetuação destes dias que findaram e ressucite em nós, a esperança que nunca têm fim.
Tudo foi vida, tudo foi luz, tudo foi cor, tudo foi quase verdade…
Que ótimo texto. Aqui no Rio de Janeiro, começam a aparecer as folhas verdes da primavera. Um abraço
Fantástica viagem à esperança de cor (excepcionalmente para mim) fogo