SÃO já as cores de Outono a ornamentar um rio, girândolas de folhas multicores que a brisa faz estremecer.

Sobram neblinas matinais na paisagem, fuligens que impedem a visão do horizonte dos beijos.

Por entre o ribombar de trovões que espalham ecos medonhos por todo o rio, as primeiras chuvas de Setembro anunciam a ruina dos dias felizes.

Procuro-te nos olhos da tarde, nas melodias que dançava-mos juntos neste palco de múltiplas emoções e nas ramagens  das árvores que ainda se lembram de ti.

O amor dá os últimos suspiros sob a palidez de um sol moribundo. Talvez renasça das próprias cinzas como Fénix, a ave lendária que se auto-imolava para renascer num outro tempo, e aconteça em ti e  em mim,  a perpetuação destes dias que findaram e ressucite em nós, a esperança que nunca têm fim.

Tudo foi vida, tudo foi luz, tudo foi cor, tudo foi quase verdade…

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1867
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