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Paulo Rocha (1935-2012)

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PAULO Rocha, autor do filme “Os Verdes Anos” (1963), morreu este sábado, durante a manhã, num hospital privado da zona do Porto, disse à Lusa uma familiar do realizador.

Nascido no Porto a 22 de Dezembro de 1935, Paulo Rocha foi fundador do movimento estético “Cinema Novo” e tinha acabado de fazer 77 anos.

Para a produtora portuense Helastre (de Regina Guimarães e Saguenail), da sua carreira de 50 anos, o “grande realizador e artista português” deixa “uma obra reconhecida nacional e internacionalmente”.

“Verdes Anos” (1963), “Mudar de Vida” (1966), “A Pousada das Chagas” (1972), “A Ilha dos Amores” (1982), “A Ilha de Amorais” (1984), “O Desejado” (1988), “Máscara de Aço Contra Abismo Azul” (1989), “O Rio do Ouro” (1998), “A Raiz do Coração” (2000), “As Sereias” (2001) e “Vanitas” (2004) são os títulos do cineasta citados pela produtora.

Paulo Rocha assinou também dois ensaios fílmicos consagrados a Manoel de Oliveira e a Shohei Imamura, integrados na famosa série “Cinéastes de Notre Temps”.

Depois de uma passagem pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, partiu para França, onde estudou cinema no Institut des Hautes Études Cinématographiques e obteve um diploma de realização.

Foi assistente do francês Jean Renoir em “Le Caporal Épinglé” (1962) e do português Manoel Oliveira no “Acto da Primavera” (1963) e em “A Caça” (1964).

Foi com “Verdes Anos” que Paulo Rocha se estreou na realização. A banda sonora e o próprio filme tornaram-se “num ícone lírico da portugalidade asfixiada”, recorda a Helastre.

Os filmes de Paulo Rocha contaram com a colaboração de “relevantes artistas seus contemporâneos”, como António Reis, Carlos Paredes, Jorge Silva Melo, Luis Miguel Cintra e Luíza Neto Jorge, bem como com “talentosos directores da fotografia” como Elso Roque e Acácio de Almeida, acrescenta o comunicado da produtora.

Paulo Rocha foi ainda director do Centro Português de Cinema, de 1973 a 1974.

Entre 1975 e 1983, foi adido cultural da Embaixada de Portugal em Tóquio, onde se apaixonou pela vida e obra de Wenceslau de Moraes, tema da sua longa-metragem “A Ilha dos Amores” (1982).

A “irredutível originalidade” e o “terno fascínio no modo de retratar os humanos e as suas paixões” foram alguns dos elogios deixados pela produtora Helastre ao cineasta Paulo Rocha, que morreu esta manhã aos 77 anos.

Também a “luminosa complexidade” das matérias e formas da obra do realizador e a forma “peculiar” como o seu trabalho “se inscrevem nos tempos históricos e políticos que atravessou” são salientados no comunicado da Helastre.

in http://porto24.pt/

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