O EX-ÁRBITRO Paulo Paraty morreu esta quarta-feira vítima de doença prolongada. Tinha 53 anos, era natural do Porto, foi um dos melhores árbitros portugueses da sua geração e apitou vários jogos internacionais.
Lutava contra uma doença oncológica diagnosticada em 2014 e na primeira jornada do presente campeonato, em agosto, as equipas de arbitragem entraram em campo com uma t-shirt alusiva à campanha de solidariedade em torno de Paraty.
Joaquim Paulo Gomes Paraty da Silva iniciou a sua atividade na arbitragem em 1981/82, sendo promovido à 1.ª categoria 10 épocas depois (1991/92), estreando-se no escalão principal para dirigir o Famalicão-Feirense, que a equipa da casa venceu por 1-0.
Ao todo, foram 17 épocas e 218 jogos arbitrados na primeira divisão, aos quais juntou 20 na Taça de Portugal, 40 no escalão secundário, dois na fase de qualificação do Europeu, um na mesma fase de um campeonato do Mundo e outro na Liga dos Campeões.
Como quase todos os árbitros, teve o seu nome associado a muitas polémicas entre sócios e incidências de jogos, mas o que mais ficou na memória do mundo do futebol foi a decisão de validar a Luisão, central do Benfica, o golo marcado ao Sporting, na penúltima jornada do campeonato de 2004/05, aos 83 minutos de uma partida cujo empate a zero parecia querer teimar até final.
Uma decisão muito discutida pelos jogadores do Sporting, que alagaram falta do brasileiro sobre o guarda-redes Ricardo, até porque o golo permitiu aos ‘encarnados’ conquistarem o título nacional, ultrapassando o Sporting nessa ponta final da prova.
No seu currículo consta ainda a presença na final da Taça de Portugal de 96/97, em que o Boavista venceu o Benfica, por 3-2.
Com nome de família associado à ‘arte’ de arbitrar futebol, já que o seu pai, Armando, foi um antigo ‘homem do apito’ da Associação de Futebol do Porto, Paulo Paraty retirou-se da atividade em 2008.
Engenheiro eletrónico de formação, Paulo Paraty foi, tal como o seu pai, nomeado sócio de mérito da Federação Portuguesa de Futebol em junho de 2015, passou pela televisão como comentador desportivo e chegou a ensaiar uma candidatura à Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), em 2012.
O funeral realiza-se amanhã, quinta-feira, na Igreja do Foco, na Boavista, às 15.30 horas. O corpo vai a enterrar o cemitério de Agramonte.
Publicado in JN