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Caixa da tinta por Matsuo Bashô

Caixa da tinta por Matsuo Bashô

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 De quem é o canto que ficou na caixa da tinta ó cuco?

por Matsuo Bashô in O eremita viajante [haikus – obra completa], organização e versão portuguesa de Joaquim M. Palma, Assírio & Alvim, 2016, página 241.

NOTA DE BASHÔ: Para comemorar um ano sobre a morte de Fobuku, Kinpu organizou um encontro de poesia.

NOTA DE JOAQUIM M. PALMA: Acreditava-se que ouvir o canto do cuco fazia com que a pessoa se esquecesse do passado. Bashô transfere para o cuco a pessoa do seu amigo Fobuku. A ausência do amigo faz com que os poemas deste fiquem para sempre na tinta do tinteiro. (página 368)

Sobre a mesma imagem (caneta que guarda poemas ou palavras) ver Caneta por Francisco Duarte Mangas 

HÁ o papel-moeda, o papel-bíblia, o papel-couché, o papel-higiénico, o papel mata-borrão, o papel reciclado e outros papéis que nos dispensamos de enumerar. Todos eles assim designados de acordo com a sua função ou características. Contudo nunca se deu a palavra ao papel para dizer de sua justiça o que pensa daquelas atribuições ou qualidades ou até saber do seu estado de alma. Para sermos sinceros, o papel do papel foi sempre muito passivo, absolutamente omissivo. Chegou por isso o dia de darmos voz ao papel. Tendo em conta a idade do papel, teremos muito a aprender com a sua experiência. E que dizer dos seus sonhos? Não podemos deixar que aqueles fiquem no papel. É urgente concretizá-los. Que fale o papel!

Se sabe ou desconfia o que o PAPEL-PENSANTE pensa sobre certos objetos ou sobre certas situações envie-nos esse pensamento para geral.correiodoporto@gmail.com.

Lembramos que o PAPEL-PENSANTE, por regra, pensa curto, é muito objetivo e, de quando em vez, tem graça.

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