– Quando arrastada pelo vento sou uma velha medusa sem desejos.
inspirado na micro narrativa de João Pedro Mésseder publicado in Abrasivas, Deriva Editores, novembro de 2005, página 43.
HÁ o papel-moeda, o papel-bíblia, o papel-couché, o papel-higiénico, o papel mata-borrão, o papel reciclado e outros papéis que nos dispensamos de enumerar. Todos eles assim designados de acordo com a sua função ou características. Contudo nunca se deu a palavra ao papel para dizer de sua justiça o que pensa daquelas atribuições ou qualidades ou até saber do seu estado de alma. Para sermos sinceros, o papel do papel foi sempre muito passivo, absolutamente omissivo. Chegou por isso o dia de darmos voz ao papel. Tendo em conta a idade do papel, teremos muito a aprender com a sua experiência. E que dizer dos seus sonhos? Não podemos deixar que aqueles fiquem no papel. É urgente concretizá-los. Que fale o papel!
Se sabe ou desconfia o que o PAPEL-PENSANTE pensa sobre certos objetos ou sobre certas situações envie-nos esse pensamento para geral.correiodoporto@gmail.com.
Lembramos que o PAPEL-PENSANTE, por regra, pensa curto, é muito objetivo e, de quando em vez, tem graça.