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Antonio Porchia (1885-1968)

Antonio Porchia (1885-1968)

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Saber morrer custa a vida.

Antes de percorrer o meu caminho eu era o meu caminho.

Vive-se com a esperança de se chegar a ser uma recordação.

Tudo é como os rios, obra das pendentes.

A flor que tens nas mãos nasceu hoje e já tem a tua idade.

As quimeras vêm sozinhas e vão acompanhadas.

Há dores que perderam a memória e não se recordam porque são dores.

Antonio Porchia nasceu em Itália em 1885 e emigrou para a Argentina após a morte do pai. Começou a trabalhar como cesteiro aos catorze anos e mais tarde comprou e operou uma gráfica com o seu irmão. Vozes, é o seu único livro e foi publicado pela primeira vez numa pequena edição privada em 1943 e depois ampliado e republicado em 1947. Era um autodidata que adorava cuidar de seu jardim. Morreu em Buenos Aires em 1968.

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