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Inma Doval (1966)

Inma Doval (1966)

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6.
I
n
v
e
r
n
O  corpo só
no desamparo
rubindo polos tellados
baixo os que agora te deitas.

         Repousa vagalume  no océano.

5.
Afogou o desexo na copa de viño
naquel bar de lámpadas art decó
e camelias nos floreiros. 

4.
Habitar o silencio
dos froitos dourados deitados na mesa
a morte anunciada de Isolda 

3.
Eu son a ferida
cicatriz
fenda que supura amor
ti… O bálsamo. 

2.
A gata segue esperando
arrapaña o teu bote
de marmelada de arandos
no que xa non queda nada. 

1.
O mar non é azul
e o rio arrastra poemas
desde o muiño.

INMA DOVAL PORTO (A Coruña, 1966) estudou História de Arte. Artista plástica, interliga as suas exposições de pintura, gravura e escultura com criações literárias de sua autoria em forma de poesia. Ilustrou o livro de Berta Dávila  “A fuxida”, publicado pela Biblos. Actualmente ilustra para o Correio do Porto relatos do livro O homem do saco de Cabedal, de Francisco Duarte Mangas.  No campo da escrita tem criado vários poemas, editados como livros de artista por arTeu, com texto e ilustração, entre eles “Bebesme Cízico no canto das sereas” (2015), “Adagio” (2014) e“Diálogo para unha serea” (2010), os dois últimos com fotografias de Xacobe Meléndrez Fassbender. Faz parte do grupo criativo arTeu, desde que o fundou e desenvolve actividades de gestão de projectos artísticos colectivos, exposições e intercâmbios culturais. http://inmadovalporto.wordpress.com

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